A análise de Cao ocorre em um contexto onde as exportações chinesas continuam a reduzir o déficit comercial europeu, o que tem gerado reações diversas. As altas tarifas impostas por países ocidentais, especialmente desde os tempos de Trump na presidência, têm gerado um clima de incerteza e desconfiança. Essa possibilidade de um novo governo Trump, que segundo analistas pode reverter a atual dinâmica comercial, foi descrita por outro especialista, Feng Zhongping, da Academia de Ciências Sociais da China, como o início de uma “nova era de incertezas”.
As relações entre a China e a União Europeia sofreram um desgaste significativo recentemente. A postura da China em relação ao conflito na Ucrânia, marcada por uma busca por soluções pacíficas e diplomáticas, contrastou com as expectativas ocidentais, levando a um endurecimento do discurso da UE em relação a Pequim. A Europa passou a enxergar a China como uma rival sistêmica, abordando temas sensíveis como direitos humanos, disputas no mar do Sul da China e a situação em Taiwan.
Por outro lado, mesmo diante das tensões, a China reconhece a União Europeia como um de seus parceiros mais relevantes, especialmente no que diz respeito à defesa do multilateralismo e ao combate à desglobalização. O valor do comercio bilateral continua expressivo, atingindo a casa de 2 bilhões de euros.
Diante desse complexo panorama, especialistas sugerem que um reforço na confiança entre as partes é essencial para a normalização das relações. O futuro comercial entre a Europa e a China poderá depender das ações políticas que se desdobrarão nas próximas semanas, especialmente considerando o impacto da política americana na economia global.