O Chile se destaca como o segundo maior produtor de lítio do mundo, um recurso cada vez mais valorizado na transição energética global e na substituição de combustíveis fósseis. A união entre Codelco, a maior produtora mundial de cobre, e SQM representa um marco importante para o país, que busca não apenas aumentar a produção de lítio, mas também garantir um maior controle estatal sobre suas reservas.
A Nova Andino Litio está projetada para operar até 2060, com expectativas de gerar resultados financeiros positivos para Codelco já a partir de 2025. A transferência das concessões de mineração da SQM no Salar de Maricunga para a Codelco amplia o portfólio de ativos estatais e visa preparar o terreno para um aumento significativo na capacidade produtiva do lítio chileno, especialmente em um cenário onde a demanda global por esse metal está crescendo rapidamente, impulsionada pelo aumento da produção de eletrônicos e veículos elétricos.
Contudo, a parceria não acontece sem contornos polêmicos. A situação gera discussões sobre os impactos ambientais da exploração no Salar do Atacama, uma região extremamente árida que já enfrenta desafios relacionados à escassez de água. As preocupações das comunidades locais também vêm à tona, destacando a necessidade de um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental.
Do ponto de vista internacional, a nova empresa teve sua aprovação condicionada por autoridades chinesas, que exigem a manutenção de um fornecimento “justo, razoável e não discriminatório” para seus clientes. Isso acrescenta uma dimensão geopolítica ao acordo, exemplificando o papel do lítio na competição por recursos estratégicos essenciais para um futuro sustentável.
Dessa forma, o Chile não apenas reafirma sua posição como um dos principais players no mercado de lítio, mas também enfrenta o desafio de administrar essa riqueza com responsabilidade, considerando as exigências ambientais e sociais que acompanham a exploração deste recurso tão valorizado na atualidade.
