A investigação da PF revelou que o corretor de imóveis Vinícius Gritzbach denunciou a relação de Monteiro com o crime organizado em uma delação premiada ao Ministério Público de São Paulo (MPSP). Gritzbach foi assassinado dias depois, e a PF constatou que policiais do 18º Batalhão da Polícia Militar, o mesmo batalhão onde Monteiro serviu antes de ingressar na Polícia Civil, faziam a escolta do corretor no dia do homicídio.
Além das atividades ilegais no campo policial, Monteiro também era sócio de empresas de construção de imóveis de alto padrão e de venda de carros esportivos importados. O ex-policial, que atualmente ocupa o cargo de investigador de classe especial na Polícia Civil, é suspeito de envolvimento em casos de corrupção, extorsão e ocultação de bens relacionados ao crime organizado.
A investigação do MPSP levou à prisão não só de Monteiro, mas também do delegado Fábio Baena, do chefe de investigações do Corpo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Cerco) Marcelo Marques de Souza, do investigador Marcelo Roberto Ruggieri e do agente de telecomunicações Rogério de Almeira Felício. Todos os envolvidos podem enfrentar penas que somadas chegam a 30 anos de prisão, por crimes como organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais.
A ex-corregedora-geral da Polícia Civil, Rosemeire Monteiro de Francisco Ibanez, tia de Eduardo Monteiro, pediu afastamento do cargo após a prisão do sobrinho, alegando desgaste. A investigação sobre a corrupção policial em São Paulo continua a revelar as entranhas de um esquema criminoso que envolvia altos escalões da polícia civil e membros do PCC.