Um escândalo surpreendente tomou conta do Ministério da Agricultura e Pecuária do Paraguai esta semana, após a revelação de que o chefe de gabinete do ministério, um engenheiro agrônomo, foi destituído de seu cargo. O motivo? Ter assinado um convênio com representantes dos “Estados Unidos de Kailasa”, um país inexistente.
Arnaldo Chamorro admitiu à imprensa que foi enganado pelos supostos representantes de Kailasa, que se autodenominaram emissários do país fictício. “Eles vieram e expuseram a intenção de ajudar o Paraguai. Trouxeram vários projetos, vieram oferecer sua ajuda, nós os ouvimos e foi isso que aconteceu”, disse o funcionário logo após ser destituído na quarta-feira.
A reunião entre Chamorro e os falsos emissários de Kailasa ocorreu em meados de outubro, quando as duas pessoas se apresentaram como representantes de um país localizado em uma ilha do norte da América do Sul. Posteriormente, foi revelado que o país fictício seria liderado por um guru da Índia, identificado como Nithyananda Paramashivam, que é um fugitivo da justiça indiana, de acordo com a imprensa.
Além disso, os falsos emissários conseguiram uma reunião com o ministro da Agricultura e Pecuária do Paraguai, Carlos Giménez, o que levanta questões sobre como foi possível chegar tão próximo do alto escalão do governo paraguaio.
O escândalo se agravou ainda mais quando veio à tona um documento assinado por Chamorro, felicitando Nithyananda Paramashivam e expressando apreço pelas supostas contribuições do líder fictício ao hinduísmo, à humanidade e à República do Paraguai. O documento continha até mesmo um selo do ministério e se comprometia a ativar o estabelecimento de relações diplomáticas do Paraguai com Kailasa, além de promover o reconhecimento do país fictício na ONU como um Estado independente.
Este incidente bizarro lembra outro ocorrido em 2019, quando o então presidente Mario Abdo Benítez recebeu um falso representante da famosa montadora de carros de luxo Lamborghini no Palácio do Governo. Enquanto o país tenta entender como essas situações constrangedoras são possíveis, o ministério anunciou a abertura de uma investigação para apurar o caso.