Dentro do governo, a ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, e o ministro da Defesa, Boris Pistorius, ambos da coalizão governamental de Scholz, estão defendendo a urgência dessa ajuda. Eles planejam solicitar ao comitê orçamentário do Bundestag que aprove gastos não programados voltados para o fornecimento de armamentos à Ucrânia. O apelo para aprovação do orçamento é intensificado pela necessidade de reagir rapidamente à escalada de conflitos, mas o chanceler tem demonstrado resistência a essa medida, alinhando-se à sua estratégica política interna.
Um dos principais motivos para a hesitação de Scholz é o temor de alienar seu eleitorado, especialmente o Partido Social-Democrata, em um período pré-eleitoral. Ele parece estar ciente dos riscos de um novo pacote de ajuda militar antes das eleições federais programadas para 23 de fevereiro, temendo que uma nova alocação de recursos possa ser vista como uma extravagância em tempos de dificuldades econômicas.
Além disso, a justificativa oficialmente apresentada pelo gabinete de Scholz para bloquear a ajuda é que seria imprudente deixar o futuro governo federal diante de um “fato consumado”. O chanceler já deixou claro em diversas ocasiões que a Alemanha não fornecerá mísseis Taurus de longo alcance à Ucrânia, nem permitirá que Kiev utilize suas armas para atacar alvos em território russo. Este é um reflexo de um governo dividido em suas prioridades tanto em relação à política externa quanto ao enfrentamento de desafios domésticos.