O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está prestes a anunciar os dois novos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e as chances de que pelo menos uma mulher ocupe uma das vagas aumentaram.
Para a vaga destinada a membros do Ministério Público, uma das candidatas mais cotadas é a procuradora Marluce Caldas, do Ministério Público de Alagoas. Ela é tia do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), que tem feito forte lobby em favor de seu nome. JHC, que está migrando do PL, partido de Jair Bolsonaro, para o PSD, de Gilberto Kassab, tem se empenhado para viabilizar a indicação, apesar das recentes críticas de Kassab ao governo. O PSD, no entanto, mantém três ministérios na Esplanada.
Atualmente, o principal concorrente de Marluce é Sammy Barbosa Lopes, procurador de Justiça do Acre. Já para a vaga destinada ao Judiciário, a desembargadora Marisa Santos, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, aparece como uma das favoritas, segundo fontes que acompanham o processo. No entanto, ela disputa a vaga com Carlos Pires Brandão, desembargador do Tribunal Federal da 1ª Região, que conta com o apoio da bancada do Piauí e do ministro do STF Kassio Nunes Marques.
O presidente Lula tem sido pressionado a promover a indicação de uma mulher, uma vez que a presença feminina foi reduzida tanto no seu ministério quanto no Supremo Tribunal Federal. Em janeiro, grupos de juízes e movimentos feministas divulgaram uma carta aberta pedindo maior representatividade feminina no Judiciário e no STJ.
As duas vagas abertas são de ministras que se aposentaram recentemente. Durante a cerimônia de abertura do ano Judiciário, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, ressaltou a importância de promover mulheres a cargos nos tribunais superiores, fazendo um gesto direcionado ao presidente Lula.