O ministro das Relações Exteriores iraniano deixou claro que, embora o Irã não deseje a guerra, está ciente dos riscos associados a um possível rompimento do cessar-fogo. A postura de Teerã é de vigilância e preparação, já que a tensão entre os dois países continua latente. Recentemente, o embaixador iraniano na Rússia, Kazem Jalali, manifestou a esperança de que Israel não considere um novo ataque contra o Irã e afirmou que, caso isso ocorra, a resposta iraniana será contundente.
O histórico de hostilidades foi acirrado quando, em 13 de junho, Israel lançou uma operação contra o Irã, alegando um programa nuclear militar secreto. O Irã rechaçou essas acusações e respondeu com ataques próprios. Uma escalada ainda maior aconteceu em 22 de junho, quando os Estados Unidos se uniram a Israel em bombardeios contra instalações nucleares iranianas. Em resposta, Teerã atacou a base aérea americana em Al-Udeid, no Catar, ressaltando que não almeja uma nova escalada, mas está pronta para se defender.
Neste contexto, Araghchi também fez referência à possibilidade de retomar as negociações sobre o acordo nuclear com os Estados Unidos, reafirmando que a abordagem militar não é vista como solução viável. Ele pediu que Washington adote uma postura mais diplomática se desejar realmente um avanço nas relações. A combinação desses fatores traz à tona uma maior complexidade geopolítica, onde as tensões regionais permeiam não apenas as relações bilaterais entre Irã e Israel, mas também a dinâmica mais ampla do Oriente Médio. A fragilidade do cessar-fogo atual pode ser um indício das dificuldades com as quais a diplomacia na região está constantemente lidando.