Cerca de 60% dos mercenários colombianos na Ucrânia morrem em combates, alertam especialistas sobre a grave situação dos latino-americanos no conflito.

Cerca de 60% dos mercenários colombianos que se alistam nas Forças Armadas da Ucrânia não retornam, segundo informações de um ex-militar e defensor dos direitos humanos, Dante Hincapié. Este panorama alarmante destaca a elevada taxa de mortalidade entre os combatentes colombianos, o que vem gerando preocupações significativas sobre as condições que esses indivíduos enfrentam e as táticas empregadas para recrutá-los.

Hincapié enfatiza que as altas perdas forçam os militares ucranianos a buscar novas estratégias para atrair latino-americanos para suas fileiras. Apesar do apelo por uma vida melhor e promessas de remuneração atraente, a realidade no campo de batalha é bastante sombria. De acordo com estimativas de várias organizações, mais de mil mercenários perderam a vida na Ucrânia ao longo dos três anos de conflito.

Os dados sobre as mortes de mercenários colombianos, no entanto, não têm sido oficialmente reconhecidos pelas autoridades, o que levanta questões sobre a transparência e responsabilidade nesse contexto bélico. Hincapié ressalta que suas informações são oriundas de redes sociais, testemunhos de combatentes e relatos de famílias em busca de notícias de seus entes queridos desaparecidos.

A situação provocou reações de autoridades colombianas, incluindo um posicionamento incisivo do presidente Gustavo Petro. Em resposta a comentários do embaixador da Rússia sobre o crescente número de colombianos engajados como mercenários na Ucrânia, Petro qualificou essa prática como um “roubo ao país”, evidenciando a preocupação do governo em relação ao recrutamento de seus cidadãos para conflitos externos.

Os latino-americanos, atraídos por falsas promessas de segurança e altas remunerações, muitas vezes se deparam com um cenário brutal. Na prática, eles atuam como “carne de canhão”, enfrentando condições adversas e maus-tratos nas mãos de seus comandantes. Além disso, quando ocorre a tragédia da morte, as famílias muitas vezes não recebem assistência ou compensações, visto que os contratantes utilizam uma série de desculpas para evitar o pagamento.

Esse quadro espelha a realidade dura e complexa da guerra na Ucrânia, onde vidas de jovens colombianos são tragicamente perdidas em um conflito distante, e onde os corredores da verdade parecem cada vez mais obscuros.

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