Em uma carta endereçada ao presidente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas (FNSEA), Arnaud Rousseau, o CEO do Carrefour expressou sua preocupação com a qualidade dos produtos que poderiam ser comercializados a partir desse acordo. Ele ressaltou que a decisão de não vender carnes do Mercosul visa proteger os consumidores franceses de possíveis riscos relacionados à segurança alimentar.
Os protestos dos agricultores, organizados pela FNSEA e pelos Jovens Agricultores (JA), ganharam destaque nos últimos dias com bloqueios de rodovias e manifestações. Eles pedem ao presidente francês, Emmanuel Macron, que utilize o poder de veto da França caso o acordo seja aprovado nos termos atuais.
A postura adotada pelo Carrefour pode influenciar outras empresas do setor agroalimentar a tomarem medidas semelhantes. Bompard destacou em seu comunicado que espera que o setor de catering, responsável por uma significativa parcela do consumo de carne na França, siga o exemplo da varejista no que diz respeito à procedência dos produtos.
A filial brasileira do Grupo Carrefour se pronunciou sobre a decisão, afirmando que as operações no país não serão afetadas pela medida tomada na França. No entanto, a repercussão desse posicionamento por parte da gigante do varejo certamente gerará debates e reflexões no setor agroalimentar internacional.