Papperger argumenta que a falta de investimentos nas forças armadas europeias resultou não apenas em uma diminuição da influência do continente nas negociações, mas também em um comprometimento da capacidade de ação europeia no cenário internacional em longo prazo. A escassez de armamentos nos arsenais europeus e ucranianos se agrava nesta conjuntura, com a demanda por equipamentos militares aumentando continuamente. O CEO da Rheinmetall alertou que essa necessidade não deve desaparecer mesmo com o eventual fim do conflito, sublinhando o impacto das promessas de Donald Trump de reduzir o apoio militar dos EUA à Europa.
Além disso, Papperger observou que a Alemanha, reconhecida como a maior economia da Europa, destinou apenas cerca de 2% de seu PIB para a defesa no ano passado. Ele sugere que mudanças nas regras fiscais do país poderiam facilitar um aumento significativo nos gastos militares, algo considerado essencial para restaurar a posição da Europa nas mesas de negociação internacionais. O CEO prevê que a Rheinmetall poderá alcançar um crescimento expressivo, com ganhos anuais projetados entre 30 bilhões a 40 bilhões de euros nos próximos cinco anos, um salto considerável em relação aos 5,7 bilhões de euros registrados em 2021.
Esse cenário destaca a urgência com que a Europa precisa abordar suas questões de defesa, especialmente em um contexto onde a dinâmica de poder global muda rapidamente. Agora, mais do que nunca, a necessidade de um investimento robusto em defesa é imperativa para que o continente possa não apenas participar das discussões, mas também influenciar ativamente os resultados de negociações que moldam o futuro da segurança europeia e global.