CEO da Boeing enfrenta audiência no Senado por falhas de segurança e omissão de até 400 peças defeituosas nos jatos 737 Max.

O CEO da Boeing, Dave Calhoun, foi duramente criticado durante uma audiência no Senado, onde foi acusado de priorizar o lucro em detrimento da segurança, não conseguindo resolver as deficiências na fabricação da empresa. Em suas declarações, o senador democrata Richard Blumenthal, de Connecticut, afirmou que Calhoun e seu conselho de administração têm a responsabilidade de corrigir a cultura de segurança falida na Boeing, que tem colocado em risco a vida de muitas pessoas.

Durante a audiência, Calhoun expressou suas condolências às famílias das vítimas dos acidentes envolvendo aeronaves da Boeing e reconheceu a responsabilidade da empresa pelos incidentes que resultaram na morte de 346 pessoas. Ele também foi confrontado por Blumenthal sobre a cultura de segurança falida na Boeing, onde funcionários denunciantes eram retaliados e encorajados a evitar reclamações.

Embora Calhoun tenha se reunido previamente com legisladores, essa foi a primeira vez que ele compareceu publicamente perante o Congresso desde que assumiu o cargo de CEO da Boeing em 2020. O CEO afirmou que deixará o cargo até o final do ano, enquanto a empresa procura por um sucessor. No entanto, Blumenthal criticou a mudança de gerência como uma simples “dança das cadeiras”, sem abordar os problemas fundamentais da Boeing.

Durante o seu mandato como CEO, a Boeing enfrentou diversos desafios, incluindo a paralisação global do 737 Max, a pandemia, a perda de trabalhadores e problemas na cadeia de suprimentos. Os lapsos de qualidade na fabricação foram evidenciados por denunciantes como Sam Mohawk, que alegou que a empresa perdeu o controle de peças potencialmente danificadas e violou políticas internas e regulamentos.

Além disso, Calhoun enfrentou críticas pelo seu pacote de remuneração milionário, enquanto a empresa passava por dificuldades financeiras. O senador Josh Hawley afirmou que a Boeing foi “esvaziada” ao longo das últimas duas décadas e questionou a permanência de Calhoun no cargo. A empresa, por sua vez, está buscando soluções para os problemas enfrentados, como a possibilidade de comprar de volta a Spirit AeroSystem, sua fornecedora.

Diante de um cenário de críticas e pressões, Calhoun tenta lidar com os desafios que surgiram durante sua gestão na Boeing, enquanto a empresa enfrenta uma série de investigações e questionamentos sobre sua conduta e práticas de segurança. O futuro da fabricante de aviões permanece incerto, com a necessidade urgente de reconstruir sua reputação e credibilidade perante os acionistas, clientes e o público em geral.