O senador Ciro Nogueira, uma figura influente dentro do Centrão, expressou a dificuldade de uma colaboração futura entre o União Progressista e o PT, afirmando que, em sua análise, 90% dos prefeitos, vereadores e deputados ligados ao seu partido não têm identificação com a legenda petista. Nogueira sublinha que, para o bem do projeto político que defendem, será necessário, até o fim de 2023, discutir a saída dos quatro ministros que pertencem ao bloco governista, deixando claro que em 2026, o Caminho que trilhariam não será ao lado do PT.
Além da declaração de Nogueira, a recente confirmação da federação entre União Brasil e Progressistas, somada ao movimento do PSD em buscar uma candidatura própria à presidência, intensifica a pressão sobre Lula. Há também esforços liderados pelo ex-presidente Michel Temer para constituir uma aliança de governadores de oposição a ser formalizada para as próximas eleições. Tais manobras complicam ainda mais a tarefa do atual presidente, que luta para construir um grupo de partidos aliados capaz de competir de forma eficaz na jornada até o pleito eleitoral de 2026.
Antônio Rueda, presidente do União Brasil, corroborou a análise de Nogueira em uma entrevista recente, onde criticou abertamente a administração de Lula, acentuando que a maioria dos membros de sua legenda demonstra uma tendência a projetos mais alinhados à centro-direita. Esse contexto ressalta uma reconfiguração nas bases políticas do país, onde a construção de alianças tradicionais se torna cada vez mais complicada, deixando Lula diante de um cenário desafiador para a nova corrida presidencial. Diante dessa conjuntura, o tempo se torna um fator crucial para o presidente, que deve encontrar estratégias eficazes para atrair aliados novos e consolidar sua base política.