Centrão e STF se unificam para barrar anistia a Bolsonaro após condenações, destacando preocupações com o respeito à institucionalidade e aos processos legais em curso.

Pacto entre Poderes: Centrão se Une para Bloquear Proposta de Anistia a Bolsonaro

As movimentações recentes na política brasileira indicam um fortalecimento da aliança entre o Centrão e outras esferas do governo, incluindo o Supremo Tribunal Federal (STF). Sob a liderança do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, os líderes do Centrão têm buscado um acordo para impedir a aprovação da proposta de anistia que beneficiaria Jair Bolsonaro e outros condenados por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado em janeiro.

O diálogo entre Motta e o ministro do STF Alexandre de Moraes, além da conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sinaliza um esforço coordenado para barrar qualquer tentativa de votar a anistia em regime de urgência. Os integrantes do Centrão consideram que aprovar a anistia neste momento seria não apenas prematuro, mas também uma afronta ao STF, dado que o processo judicial ainda está em andamento.

Caso a proposta proposta por Sóstenes Cavalcante, do PL do Rio de Janeiro, não seja apreciada, o debate sobre a anistia poderá ser postergado indefinidamente. Em vez disso, uma versão “desidratada” da anistia, que apenas reduziria as penas dos envolvidos nos distúrbios de 8 de janeiro, poderia ser apresentada e, possivelmente, aprovada.

Por outro lado, a PEC da Blindagem, que busca restaurar o direito do Congresso de autorizar a abertura de processos contra deputados e senadores, deverá avançar com menos resistência. Essa proposta, que respeita a Constituição de 1988, elimina a ideia de suspender as decisões do STF, evidenciando uma tentativa de restaurar a relação entre os Poderes.

O ministro Gilmar Mendes reiterou a ilegalidade da anistia proposta, considerando-a “ilegítima e inconstitucional”. Mendes, em um discurso, enfatizou a importância da união do Supremo neste período conturbado da política brasileira, alegando que nunca houve um ataque tão grave às instituições democráticas quanto o que ocorreu durante e após o governo Bolsonaro. O decano do STF também manifestou confiança no respeito à institucionalidade por parte das lideranças do Congresso.

Esses desdobramentos refletem uma tentativa de estabilização do cenário político, onde o alinhamento entre Executivo, Legislativo e Judiciário é imprescindível para garantir a democracia e o respeito às leis durante este período crítico.

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