Historicamente, a denominação “Centrão” foi muitas vezes rejeitada por seus próprios membros, vista como um rótulo que remete ao fisiologismo e ao “toma lá, dá cá”. No entanto, essa imagem começou a mudar durante o governo de Jair Bolsonaro, quando o bloco político consolidou sua influência e se tornou um ator fundamental nas articulações com o Palácio do Planalto. Uma figura central nesse processo foi Eduardo Cunha, mentor político de Hugo Motta, que teve um papel crucial na organização e fortalecimento do grupo, especialmente durante o polêmico impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
A ascensão do Centrão culminou no governo Bolsonaro, marcado pela implementação do que ficou conhecido como orçamento secreto. Essa manobra transferiu considerável controle das finanças da União para o Congresso, fortalecendo a posição do Centrão como um protagonista na configuração política do país. Com essa nova dinâmica, os integrantes do grupo passaram a exercer um poder decisivo nas votações, garantindo apoio a governos em troca de favores e recursos.
Esse novo cenário não apenas redefiniu as regras do jogo político nacional, mas também revelou a complexa rede de interesses que orienta as alianças no Congresso. O Centrão, antes relegado a um espaço marginal, tornou-se um elemento central na articulação de políticas, refletindo a busca incessante por poder e influência no panorama político brasileiro. Assim, o blocão, com suas nuances e estratégias sutis, se impôs como uma força a ser reconhecida nas discussões sobre o futuro do país. A relevância do Centrão é inegável e o seu impacto nas decisões governamentais continua a ser objeto de atenção e análise em um contexto de constante transformação política.