O presidente Jair Bolsonaro ao lotear cargos do governo federal com nomes indicados pelo Centrão, deixará sob controle desses políticos um orçamento total de até R$ 76,5 bilhões.
Indicados de deputados do Progressistas e do Republicanos já assumiram nesta semana, o comando do Departamento Nacional de Obras Contra Secas (Dnocs) e da Secretaria de Mobilidade do Ministério do Desenvolvimento Regional. Ainda são esperadas nomeações em órgãos estratégicos, como no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e no Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit).
De acordo com informações, o interesse do grupo nesses órgãos se deve à importância que eles têm em rincões do País. Desde a última quarta-feira (6), o Dnocs passou a ser comandado por Fernando Leão, um indicado pelo deputado Sebastião Oliveira (PL-PE), do baixíssimo clero da Câmara.
O cargo inicialmente havia sido entregue ao Progressistas, do deputado Arthur Lira (AL). Em busca de apoio de partidos para viabilizar a própria candidatura à presidência da Casa, em 2021, Lira repassou a escolha a Oliveira, numa espécie de “barriga de aluguel”.
A título de comparação, o total de R$ 76,5 bilhões que ficará nas mãos de nomes do Centrão será maior do que tem disponível a maioria dos governadores do País – só perde para os orçamentos de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Por outro lado, o governo aceitou negociar com o Centrão com em troca de apoio diante da escalada da crise política, acentuada pela demissão do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro.
Embora tenha ajudado o governo em votações na Câmara, o Centrão ainda não embarcou com entusiasmo no governo. Na avaliação de líderes, a intensidade do apoio dependerá das concessões a serem feitas por Bolsonaro como parte do acordo.