CCJ Avança na Cassação de Carla Zambelli, Mesmo com Relator Defendendo Preservação de Mandato da Parlamentar Foragida na Itália.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados avançou nesta quarta-feira com o processo que pode culminar na cassação do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP). A parlamentar, que se encontra foragida na Itália, assistiu à sessão de forma remota e alegou estar sendo “perseguida”. O relator do caso, Diego Garcia (Republicanos-PR), inicialmente apresentou um parecer favorável à manutenção de seu mandato, mas a votação resultou em 32 votos a 27 pela favorabilidade à cassação.

A sessão foi marcada por uma manobra estratégica do Centrão, que fez uma busca de alinhamento político, trocando a composição de alguns membros do colegiado antes da votação. Com essa movimentação, a sigla promoveu a inclusão de parlamentares mais alinhados com a base governista, o que gerou um isolamento político para a deputada bolsonarista. No centro da discussão está a seriedade das acusações enfrentadas por Zambelli, que em julho foi incluída na lista vermelha da Interpol devido a um processo que envolve a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Zambelli destacou seu filho, João Zambelli, presente na reunião, e se defendeu, afirmando que tem sido alvo de uma grande injustiça. O deputado Garcia refutou críticas sobre sua proposta de parecer ao afirmar que o processo judicial não apresentava provas substanciais de sua implicação, insistindo que a acusação se baseava apenas em depoimentos considerados inverídicos.

A condução do caso pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), gerou debates sobre a distribuição de responsabilidades políticas, uma vez que a decisão de remeter a cassação à CCJ prolongou o processo e deu oportunidade à defesa. O presidente da CCJ, Paulo Azi (União-BA), ressaltou a lisura do procedimento adotado pelo colegiado.

Além disso, a defesa de Zambelli busca evitar maiores embaraços enquanto ela está na Itália, tentando argumentar que uma possível manutenção do mandato demonstraria a seus pares que não foi repudiada pelo Legislativo. Contudo, a reação de figuras de oposição foi contundente, com críticas à posição de Garcia e à tentativa de contornar as evidências que ligam a deputada a ações questionáveis no contexto político atual.

Os embates políticos intensificam-se com a análise do relatório que acredita na ausência de provas conclusivas sobre a atuação da deputada, o que contrasta de forma significativa com as posições da Procuradoria-Geral da República e do Supremo Tribunal Federal, que indicam haver indícios mais completos de sua participação nas infrações que lhe são atribuídas. O desfecho dessa batalha legislativa promete ser um divisor de águas tanto para a carreira de Zambelli quanto para o ambiente político nacional.

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