A sessão foi marcada por uma manobra estratégica do Centrão, que fez uma busca de alinhamento político, trocando a composição de alguns membros do colegiado antes da votação. Com essa movimentação, a sigla promoveu a inclusão de parlamentares mais alinhados com a base governista, o que gerou um isolamento político para a deputada bolsonarista. No centro da discussão está a seriedade das acusações enfrentadas por Zambelli, que em julho foi incluída na lista vermelha da Interpol devido a um processo que envolve a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Zambelli destacou seu filho, João Zambelli, presente na reunião, e se defendeu, afirmando que tem sido alvo de uma grande injustiça. O deputado Garcia refutou críticas sobre sua proposta de parecer ao afirmar que o processo judicial não apresentava provas substanciais de sua implicação, insistindo que a acusação se baseava apenas em depoimentos considerados inverídicos.
A condução do caso pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), gerou debates sobre a distribuição de responsabilidades políticas, uma vez que a decisão de remeter a cassação à CCJ prolongou o processo e deu oportunidade à defesa. O presidente da CCJ, Paulo Azi (União-BA), ressaltou a lisura do procedimento adotado pelo colegiado.
Além disso, a defesa de Zambelli busca evitar maiores embaraços enquanto ela está na Itália, tentando argumentar que uma possível manutenção do mandato demonstraria a seus pares que não foi repudiada pelo Legislativo. Contudo, a reação de figuras de oposição foi contundente, com críticas à posição de Garcia e à tentativa de contornar as evidências que ligam a deputada a ações questionáveis no contexto político atual.
Os embates políticos intensificam-se com a análise do relatório que acredita na ausência de provas conclusivas sobre a atuação da deputada, o que contrasta de forma significativa com as posições da Procuradoria-Geral da República e do Supremo Tribunal Federal, que indicam haver indícios mais completos de sua participação nas infrações que lhe são atribuídas. O desfecho dessa batalha legislativa promete ser um divisor de águas tanto para a carreira de Zambelli quanto para o ambiente político nacional.










