Catar critica demora de 13 meses para cessar-fogo na Faixa de Gaza e destaca perdas humanas e ineficiência nas negociações entre as partes envolvidas.



O primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abdulrahman Thani, fez duras críticas à prolongada negociação para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, considerando esse período como uma “perda de tempo” que culminou em 13 meses de discussões infrutíferas. Em declarações à mídia britânica, Thani expressou sua desaprovação em relação à lentidão das partes envolvidas nas negociações, argumentando que o que foi acordado não justifica o sofrimento tanto das vítimas de conflitos quanto dos reféns.

Recentemente, Israel e o Hamas chegaram a um entendimento para um cessar-fogo temporário de 42 dias, mediado pelo Catar, Egito e Estados Unidos, que deve iniciar no próximo sábado. O acordo prevê, inicialmente, a troca de 33 israelenses capturados pelo Hamas por cerca de mil prisioneiros palestinos. Além disso, as forças israelenses se comprometeram a recuar até as fronteiras da Faixa de Gaza, mantendo-se nos limites do território, enquanto as operações humanitárias devem ser intensificadas. Aumentos significativos na ajuda humanitária estão programados, prevendo um incremento para 600 caminhões diários, dos quais 50 serão reservados para combustível. Os civis palestinos também receberão 200 mil tendas e 60 mil casas móveis pré-fabricadas, visando minimizar o impacto da devastação causada pelos conflitos recentes.

Os eventos que levaram a esta nova rodada de negociações datam de 7 de outubro de 2023, quando um ataque coordenado pelo Hamas a várias comunidades israelenses resultou em aproximadamente 1,2 mil mortes e a captura de 253 reféns. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva aérea devastadora na Faixa de Gaza, que até agora causou mais de 46,7 mil mortes e deixou mais de 110,2 mil feridos, conforme relatado pelas autoridades de saúde do enclave.

A comunidade internacional, incluindo nações como a Rússia e o Brasil, tem pressionado tanto Israel quanto o Hamas a firmarem um cessar-fogo duradouro, defendendo a resolução do conflito por meio da solução de dois Estados, conforme preconizado pela ONU desde 1947. Essa proposta é vista como uma das únicas formas viáveis de construir uma paz duradoura e sustentável na região, onde a convivência pacífica ainda parece um desafio distante.

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