Casos de mulheres grávidas rejeitadas em salas de emergência dos EUA aumentam após revogação de proteções constitucionais pelo Suprema Corte

Uma investigação feita pela agência de notícias Associated Press trouxe à tona um caso chocante ocorrido em um pronto-socorro no Texas, onde uma mulher foi obrigada a realizar um aborto no banheiro após a equipe da recepção se recusar a atendê-la. Infelizmente, esse caso não é isolado e desde 2022 têm sido relatados diversos casos de mulheres grávidas que foram rejeitadas nas salas de emergência dos Estados Unidos. Essa situação tem se intensificado após a Suprema Corte do país revogar as proteções constitucionais das mulheres para o aborto, que estavam em vigor desde o caso Roe x Wade de 1973.

Documentos federais obtidos pela AP News revelaram casos extremamente preocupantes, como o de uma mulher que descobriu a ausência de batimentos cardíacos do feto em um hospital da Flórida depois de ter sido rejeitada por um segurança. Outro caso ocorreu na Carolina do Norte, onde uma mulher acabou dando à luz em um carro após o pronto-socorro se recusar a realizar um ultrassom, resultando na morte do bebê.

A recorrência desses casos tem gerado preocupação em relação aos cuidados oferecidos às mulheres grávidas nos Estados Unidos, especialmente em estados com leis mais rigorosas em relação ao aborto, o que tem provocado confusão sobre os tratamentos que os médicos podem ou não fornecer. A lei federal estabelece que os pronto-socorros devem atender pacientes em trabalho de parto ativo e fornecer transferência médica para outro hospital caso não possam oferecer o tratamento necessário.

A Suprema Corte dos EUA irá discutir a questão na próxima quarta-feira, diante das leis rigorosas sobre o aborto promulgadas por alguns estados, o que pode enfraquecer as proteções existentes. A administração Biden já processou o estado de Idaho por proibir o aborto mesmo em emergências médicas, argumentando que isso vai contra a lei federal.

Nesse contexto, a diretora do Conselho de Política de Gênero da Casa Branca, Jennifer Klein, destacou a importância de garantir que todas as mulheres tenham acesso aos cuidados de saúde necessários, especialmente em casos de emergência relacionados à gravidez. Por outro lado, a professora Sara Rosenbaum, especializada em direito e política de saúde, alertou que pacientes grávidas estão sendo tratadas de forma discriminatória nos departamentos de emergência, o que demonstra o impacto das restrições extremas ao aborto em alguns estados americanos.

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