O incêndio devastador ocorreu enquanto Crislan repousava em sua residência ao lado de seus primos, de 6, 7 e 9 anos. Em um cenário de total desproteção, nenhuma supervisão adulta estava presente na casa no momento do sinistro, conforme relatou uma conselheira tutelar que está acompanhando o caso. A investigação liderada pelo delegado Rodrigo Sarmento desdobrou-se em detalhes perturbadores, revelando que a mãe do menino havia deixado o filho sob a vigilância da avó, que por sua vez, saiu para visitar uma vizinha, deixando as crianças desassistidas.
Apesar do esforço heróico de uma vizinha, que prontamente socorreu Crislan ao perceber a gravidade da situação e o levou de moto a uma unidade de saúde próxima, o menino não resistiu. Ao ser transferido para o Hospital Geral do Estado, ele já se encontrava em estado crítico, reclamando de dores intensas e necessitando de intubação. Infelizmente, seus ferimentos, que cobriam 98% de seu corpo, foram insuportáveis.
A acusação de abandono de incapaz com resultado em morte, conforme estabelecido no artigo 133, parágrafo 2º, do Código Penal, prevê penas que variam de quatro a doze anos de reclusão. Este triste episódio não apenas acentua a dor de uma comunidade em luto, mas também destaca a necessidade de maior conscientização e responsabilidade na proteção dos mais vulneráveis.