Os pesquisadores, liderados por Hadas Goldgeier, da Universidade Hebraica de Jerusalém, realizaram um estudo quantitativo que revisitou 118 edificações de 23 locais, datando de 14.000 a 10.000 anos atrás. O que esses especialistas descobriram foi fascinante: as construções mais antigas apresentavam uma diversidade de formatos, que variavam de estruturas em forma de lágrima até pentágonos irregulares, incluindo algumas que já mostravam cantos angulares. Essa diversidade de formatos contradiz a visão simplificada que prevaleceu até agora, influenciada pela ideia de que as formas redondas evoluíram para as retangulares.
Particularmente intrigante é o fato de que os natufianos, um dos primeiros grupos humanos a estabelecer assentamentos permanentes, já utilizavam cantos de 90 graus em suas construções há cerca de 12.500 anos. Esta descoberta sugere que as práticas de construção podem ter sido mais inovadoras do que se pensava, com os natufianos explorando um design que facilitava a organização do espaço.
Entretanto, a razão por trás da transição de estruturas redondas para retangulares é multifacetada e permanece um enigma. Goldgeier menciona que essa mudança pode estar ligada a fatores locais e culturais variados, enquanto seu colega Ian Kuijt sugere que as casas retangulares poderiam ter vantagens em termos de eficiência e economia, permitindo a partilha de paredes. Essa eficiência, no entanto, não foi explorada pelos natufianos, que continuarão a desafiar as concepções sobre a arquitetura dos primeiros humanos.
Os achados sublinham a necessidade de uma nova reflexão sobre a evolução arquitetônica, que pode não seguir uma linha reta, mas sim um percurso intrincado e inesperado.