Casas Bahia entra com pedido de recuperação extrajudicial para dívidas de R$ 4,1 bilhões em acordo com principais credores.

A Casas Bahia anunciou recentemente que entrou com um pedido de recuperação extrajudicial para dívidas que totalizam R$ 4,1 bilhões. O pedido já conta com o acordo prévio dos principais credores, que detêm 54,5% dos débitos, e espera-se que seja estendido aos demais credores, incluindo pessoas físicas.

A renegociação envolve as 6ª, 7ª, 8ª e 9ª séries de debêntures da empresa, que tinham um custo médio de CDI +2,7% e prazo de 22 meses. Com a renegociação, o novo custo é de CDI + 1,2%, com um prazo de 72 meses. De acordo com a Casas Bahia, essa nova estrutura de dívida permitirá preservar R$ 4,3 bilhões de caixa até 2027, sendo R$ 1,5 bilhão somente em 2024.

Os principais bancos credores ganharão a opção de converter 63% dos valores devidos em ações da varejista como contrapartida. O acordo também inclui uma carência de 24 meses para pagamentos de juros e 30 meses para pagamento do principal. Antes dessa renegociação, a empresa teria que desembolsar cerca de R$ 4,8 bilhões até 2027, mas com o novo acordo, esse montante cai para apenas R$ 500 milhões.

O CEO da Casas Bahia, Renato Franklin, ressaltou que a reestruturação da dívida traz mais flexibilidade financeira para a empresa e a posiciona de forma mais competitiva no mercado. Ele destacou que a mudança no perfil da dívida permitirá à empresa lidar melhor com possíveis volatilidades e aproveitar oportunidades de mercado.

A operação de recuperação extrajudicial é focada em dívidas financeiras sem garantias, como debêntures e CCBs emitidas junto aos bancos. O Bradesco detém R$ 953 milhões em debêntures e o Banco do Brasil possui R$ 1,272 bilhão, o que representa mais da metade do total das emissões abrangidas pelo plano.

O acordo prevê a transformação das quatro séries de debêntures em uma única debênture de três séries, com diferentes prazos e condições de pagamento. Os credores terão a opção de escolher entre converter a dívida em ações da empresa ou aguardar o pagamento regular do valor devido. Apesar dos detalhes do acordo, Franklin acredita que os bancos não têm interesse em assumir o controle da Casas Bahia.

Em resumo, a reestruturação da dívida da Casas Bahia representa um importante passo para a empresa fortalecer sua posição financeira e se preparar para futuras oportunidades de crescimento no mercado varejista.

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