Casa Branca busca apreender bilhões de dólares em ativos russos como ferramenta de barganha para a Ucrânia, mas enfrenta resistência europeia.

Segundo autoridades do governo de saída, a Casa Branca está empenhada em realizar um último esforço para apreender centenas de bilhões de dólares em ativos russos congelados, com o objetivo de utilizar esses fundos como uma ferramenta de barganha no futuro em relação à Ucrânia. De acordo com informações obtidas pelo veículo, os principais assessores de Joe Biden têm se dedicado a persuadir os parceiros europeus a apoiar a transferência de cerca de US$ 300 bilhões em fundos russos para uma nova conta de custódia, que só seria desbloqueada como parte de um acordo de paz.

Mesmo diante desse esforço da Casa Branca, líderes europeus ainda demonstram hesitação em apreender os ativos congelados, o que dificulta a possibilidade de um acordo ser fechado antes da posse do presidente eleito Donald Trump. A União Europeia e o G7, grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, bloquearam ativos russos no valor de mais de € 300 bilhões desde o início da operação militar especial na Ucrânia, desencadeada pela Rússia em fevereiro de 2022.

Essa ação russa tinha como objetivo evitar o bombardeio ucraniano de civis em Donbass e conter os riscos para a segurança nacional decorrentes do avanço da OTAN para o leste. Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia criticou a decisão de Bruxelas, classificando-a como um “roubo” que impacta não apenas investidores privados, mas também fundos soberanos. A representante do ministério, Maria Zakharova, alertou que Moscou poderia adotar medidas simétricas confiscando ativos europeus congelados na Rússia.

Diante desse cenário de tensões e disputas envolvendo a Ucrânia, Rússia e União Europeia, a tentativa da Casa Branca de utilizar os ativos russos congelados como uma ferramenta de negociação destaca a complexidade das relações internacionais e a busca por soluções para conflitos geopolíticos. A permanência da incerteza em relação a um acordo iminente reflete a complexidade dessas negociações e a resistência de alguns atores internacionais em ceder em suas posições.

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