O CEO do grupo, Alexandre Bompard, enviou uma carta ao sindicato agrícola FNSEA, reiterando a decisão da empresa e apelando aos restaurantes para aderirem à mesma prática. Bompard destacou a importância de preservar a agricultura francesa e ressaltou que 96% da carne bovina e suína vendida pelo Carrefour são de origem local, evidenciando um compromisso com a produção nacional.
Os agricultores franceses, em meio a protestos que já duram três dias consecutivos, apontam a ameaça que o acordo de livre comércio representa para a agricultura do país. Eles denunciam as disparidades nas condições de concorrência, uma vez que os produtos do Mercosul não seguem os mesmos padrões ambientais, sociais e de saúde exigidos na Europa.
Enquanto isso, o lobby europeu dos supermercados, EuroCommerce, defende a conclusão ágil das negociações do acordo UE-Mercosul, argumentando que isso poderia contribuir para a estabilidade da cadeia de abastecimento alimentar em meio a desafios geopolíticos. Porém, a postura do Carrefour e a resistência dos agricultores refletem a polarização de interesses e preocupações em torno do acordo.
Em um cenário marcado por protestos, diálogos políticos e negociações comerciais, o setor agrícola na França permanece sob forte tensão. O compromisso do Carrefour em não comercializar carne do Mercosul coloca em evidência as complexidades e implicações do acordo comercial em debate, evidenciando a necessidade de um debate amplo e transparente sobre o tema.