Durante mais de 10 anos, Carlos foi responsável por cuidar das redes sociais de Jair Bolsonaro, o que levou o ex-presidente a atribuir a ele sua vitória nas eleições presidenciais de 2018. No entanto, em abril deste ano, Carlos anunciou que “muito em breve” deixaria de cuidar das redes do pai.
O livro, que possui 52 páginas e está sendo vendido por R$ 54,90, oferece uma abordagem equilibrada sobre o trabalho de Carlos para impulsionar a família Bolsonaro. No entanto, o texto não apresenta dados quantitativos, como engajamento, crescimento ou alcance do conteúdo nas redes sociais. Além disso, não há menção às eleições de 2018 e 2022, nem ao período em que Bolsonaro ocupou a presidência.
Carlos Bolsonaro relata a criação do blog “Família Bolsonaro” em 2009 e o crescimento de Jair Bolsonaro nas redes sociais. O vereador destaca que a ideia do blog surgiu como uma forma de contrapor a imprensa e fornecer informações fidedignas aos usuários da internet. Ele não menciona a participação do pai na estratégia.
Chama a atenção o fato de Carlos não dar detalhes sobre os métodos utilizados nas redes sociais e tratar apenas de forma genérica sobre a recepção do público. Ele destaca a interação e a contribuição dos seguidores, enriquecendo o movimento de forma orgânica.
É importante ressaltar que Carlos Bolsonaro é alvo de investigações relacionadas à sua atuação digital. Ele foi acusado de comandar um grupo conhecido como “gabinete do ódio”, formado por assessores da Presidência durante o governo Bolsonaro, que disseminaria ataques a adversários nas redes sociais.
O vereador prestou depoimento à Polícia Federal (PF) como testemunha em um inquérito que investigava atos antidemocráticos. Ele negou qualquer relação com a divulgação de mensagens antidemocráticas. A investigação foi arquivada, mas deu origem a outro inquérito sobre milícias digitais, que continua em andamento e tem Bolsonaro e aliados como alvos.
Além disso, a coligação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou um pedido ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para investigar uma rede de desinformação supostamente comandada por Carlos Bolsonaro que teria favorecido Jair Bolsonaro. O pedido foi aceito e o caso ainda está em andamento.
Apesar do livro de Carlos Bolsonaro abordar o início de sua estratégia digital para impulsionar a imagem de seu pai, não há menção aos seus métodos, dados quantitativos ou adversários políticos. Permanece a dúvida sobre como ocorreu verdadeiramente o trabalho realizado por Carlos nas redes sociais de Jair Bolsonaro.