Pagnozzi explicou que Zambelli havia optado pelo boné e pelo uso de um filtro de maquiagem para não transmitir uma imagem de desânimo a seus seguidores. “Ela estava muito preocupada com a impressão que deixaria, pois sabia que estava sendo assistida”, declarou o advogado. Dias antes de sua prisão, a deputada conseguiu pintar o cabelo e apareceu em um novo vídeo com seu característico cabelo ruivo, minutos antes de se entregar às autoridades italianas.
O advogado também compartilhou que Zambelli enfrentava uma profunda angústia em suas últimas semanas. Temia pela escassez de medicamentos e pela impossibilidade de receber assistência médica, aspectos que a levaram a considerar sua prisão como a única alternativa viável. “Desde o começo, ela manifestou o desejo de se entregar, dizendo que não aguentava mais essa situação”, explicou Pagnozzi.
No mesmo vídeo em que se apresentou, Zambelli aproveitou para expressar sua gratidão ao senador Flávio Bolsonaro, que havia feito um apelo à primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e ao vice-primeiro-ministro, Matteo Salvini, destacando que ela se considerava uma exilada e uma perseguida política no Brasil.
Em meio a essa turbulência, a parlamentar já enfrentava uma condenação de 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Zambelli havia viajado para a Europa enquanto aguardava a decisão sobre um recurso e foi, posteriormente, inserida na lista da Interpol. Sua prisão em Roma levanta não apenas questões legais, mas também um debate mais amplo sobre as tensões políticas que permeiam o cenário brasileiro atual.