A crescente aliança, que conta com o apoio da União Africana, visa apresentar uma “frente unida” durante a próxima reunião dos chefes de governo da Commonwealth, programada para ocorrer em Samoa entre os dias 21 e 25 de outubro. A pauta de reparações, que promete ser um dos destaques da cúpula, tem gerado muita discussão, com a publicação de um relatório da Brattle Group sugerindo que o valor exigido seria uma “opção barata” para o Reino Unido. No entanto, críticos alertam que qualquer pagamento, mesmo que parcial, poderia levar a uma grave crise financeira no país.
Em meio a este cenário, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer encontra-se sob pressão para reagir a essa reivindicação. A reação dele e de seu governo pode ser crucial, dado o histórico controverso das relações entre o Reino Unido e suas antigas colônias caribenhas. A primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, tem sido uma voz proeminente nessa luta, defendendo que as reparações são uma parte essencial de uma nova “reinicialização global”, envolvendo discussões sobre a reivindicação de justiça histórica não apenas para o Caribe, mas também para outras regiões afetadas pelo colonialismo.
Na cúpula anterior da Commonwealth, realizada em Ruanda, o então príncipe Charles expressou sua tristeza em relação aos “períodos mais dolorosos” da história colonial, mas não fez um pedido formal de desculpas. O que adiciona uma camada de complexidade às conversas é que Barbados, após se tornar uma república em 2021, substituiu a monarca britânica como chefe de estado, refletindo um crescente desejo entre as nações caribenhas de se distanciar das sombras do passado colonial. À medida que as vozes por justiça se intensificam, a comunidade internacional observa com expectativa a resposta do governo britânico e as possíveis repercussões que isso poderá ter nas relações intra-comunitárias na Commonwealth.