Caribenhos exigem £ 206 bilhões do Reino Unido por reparações referentes ao comércio de escravos em cúpula da Commonwealth em Samoa.

Um grupo de 15 nações caribenhas está articulando um pedido de reparações do Reino Unido, estimando um valor que ultrapassa £ 206 bilhões, equivalente a aproximadamente R$ 1,5 trilhão. Essa iniciativa se fundamenta na exigência de justiça histórica e nos impactos duradouros do comércio transatlântico de escravos, pelo qual o Reino Unido foi um dos principais responsáveis entre os séculos XVII e XVIII.

A crescente aliança, que conta com o apoio da União Africana, visa apresentar uma “frente unida” durante a próxima reunião dos chefes de governo da Commonwealth, programada para ocorrer em Samoa entre os dias 21 e 25 de outubro. A pauta de reparações, que promete ser um dos destaques da cúpula, tem gerado muita discussão, com a publicação de um relatório da Brattle Group sugerindo que o valor exigido seria uma “opção barata” para o Reino Unido. No entanto, críticos alertam que qualquer pagamento, mesmo que parcial, poderia levar a uma grave crise financeira no país.

Em meio a este cenário, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer encontra-se sob pressão para reagir a essa reivindicação. A reação dele e de seu governo pode ser crucial, dado o histórico controverso das relações entre o Reino Unido e suas antigas colônias caribenhas. A primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, tem sido uma voz proeminente nessa luta, defendendo que as reparações são uma parte essencial de uma nova “reinicialização global”, envolvendo discussões sobre a reivindicação de justiça histórica não apenas para o Caribe, mas também para outras regiões afetadas pelo colonialismo.

Na cúpula anterior da Commonwealth, realizada em Ruanda, o então príncipe Charles expressou sua tristeza em relação aos “períodos mais dolorosos” da história colonial, mas não fez um pedido formal de desculpas. O que adiciona uma camada de complexidade às conversas é que Barbados, após se tornar uma república em 2021, substituiu a monarca britânica como chefe de estado, refletindo um crescente desejo entre as nações caribenhas de se distanciar das sombras do passado colonial. À medida que as vozes por justiça se intensificam, a comunidade internacional observa com expectativa a resposta do governo britânico e as possíveis repercussões que isso poderá ter nas relações intra-comunitárias na Commonwealth.

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