Um dos aspectos mais significativos do evento é o ressignificado da palavra “Bolacheira”, que historicamente foi utilizada de forma pejorativa. Nesse contexto, o termo torna-se um símbolo de resistência e afirmação. Idealizado por Cíntia Ribeiro, jornalista e pesquisadora, e Carmen Lúcia Dantas, museóloga, em colaboração com o projeto nacional Documentadas, o Fala, Bolacheira! incluirá uma série de atividades artísticas e educativas. Entre as atrações, estão uma exposição fotográfica, pocket shows, intervenções urbanas e rodas de conversa, todas com intérpretes de Libras presentes, garantindo acessibilidade a todos.
A exposição fotográfica, assinada pela talentosa Fernanda Piccolo, dará início à programação com imagens que capturam a rica e diversa realidade de mulheres lésbicas em Alagoas, explorando diferentes contextos sociais e culturais. Na parte musical, os pocket shows de Fernanda Guimarães e Mary Alves prometem performances que refletem a força da arte como meio de expressão política e pessoal.
As intervenções urbanas, baseadas no projeto Documentadas, levarão à comunidade do Jaraguá colagens de lambe-lambes retratando casais lésbicos, com o intuito de ocupar os espaços públicos com mensagens de afeto e orgulho, desafiando a invisibilidade que frequentemente envolve essas relações e promovendo uma nova perspectiva sobre a cidade.
As rodas de conversa, outro ponto central do evento, proporcionarão um espaço seguro e acolhedor para que mulheres lésbicas compartilhem suas vivências, desafios e conquistas. Este intercâmbio visa valorizar a pluralidade das identidades lésbicas e favorecer a construção de memórias coletivas.
O Fala, Bolacheira! conta com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, por meio do Ministério da Cultura, e é operacionalizado pelo Governo de Alagoas, através da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa. Sua produção envolve várias entidades locais, como a Pirambeba Lab e Documentadas, demonstrando um suporte forte e comprometido para esta causa.
A secretária de Estado da Cultura e Economia Criativa, Mellina Freitas, destaca a importância de valorizar as vozes lésbicas, afirmando que esse projeto não apenas respeita, mas também celebra o direito à existência plena dessas mulheres, promovendo uma cultura mais diversa e acessível, alinhada aos direitos humanos.