Caracas pede que Madrid se desculpe pelos crimes históricos contra os povos indígenas da América em evento de reflexão sobre a resistência e descolonização.



Durante a comemoração do 532º aniversário do Dia da Resistência Indígena e da Descolonização da América, celebrado em 12 de outubro, autoridades venezuelanas manifestaram críticas contundentes à Espanha, exigindo que o país europeu reconheça e peça desculpas pelos crimes históricos cometidos contra os povos indígenas da América. O ministro das Relações Interiores, Justiça e Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, usou um evento no Panteão Nacional de Caracas para enfatizar a necessidade de um pedido formal de desculpas da parte da Espanha. Em sua fala, Cabello afirmou que a Espanha deveria se sentir envergonhada e pedir perdão por suas ações coloniais a cada dia.

Cabello denunciou a atual narrativa em Madri que tenta justificar os abusos e genocídios perpetrados durante o período colonial, considerando essa atitude como uma manifestação de “arrogância imperialista”. Ele argumentou que o que aconteceu na América não pode ser visto como um empreendimento civilizacional, mas como um processo de subjugação e violência contra os povos nativos, enfatizando que essa história precisa ser reconhecida e valorizada.

O chanceler venezuelano, Yván Gil, corroborou com as declarações de Cabello, ressaltando que é um imperativo moral para a humanidade buscar reconhecimento, justiça e reparação pelos crimes cometidos contra os povos indígenas. Ele destaca que muitos atores, incluindo o governo da Venezuela, têm a responsabilidade de promover a verdade histórica e a luta contínua por dignidade e direitos iguais.

A data, que marca a resistência dos povos indígenas, também coincide com o Dia Nacional da Espanha, gerando uma dualidade de celebrações que provoca debates sobre o passado colonial da nação europeia e suas implicações na sociedade contemporânea. Na reafirmação da solidariedade internacional, Yván Gil também anunciou a doação de quase 14 toneladas de ajuda humanitária ao Líbano e à Síria, reiterando a disposição da Venezuela em apoiar as nações do Oriente Médio em suas lutas por paz e autodeterminação. Essas iniciativas refletem não apenas a política interna da Venezuela, mas também seu papel na arena internacional em defesa dos direitos humanos e contra a opressão.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo