Durante a entrevista, o presidente do BC também discutiu a questão da incerteza em relação à âncora fiscal, que afeta a política de juros. Campos Neto enfatizou que as intervenções do BC são destinadas apenas a situações específicas de mau funcionamento do mercado e destacou a importância das reservas internacionais do Brasil como um mecanismo para absorver choques.
Além disso, o presidente do BC alertou para a falta de liquidez em países de baixa renda e crédito privado, indicando a possibilidade de uma reversão de liquidez. Paulo Picchetti, diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do BC, também participou da entrevista e destacou a necessidade de suprir a demanda por capital.
Campos Neto ressaltou a importância da transparência na política monetária para reduzir ruídos e antecipar dúvidas sobre o processo de desinflação global. O presidente do BC também abordou a decisão recente do Copom de reduzir a Selic e sinalizar um corte adicional para a próxima reunião em maio.
Diante da nova incerteza, Campos Neto destacou a possibilidade de diferentes cenários de reprecificação, incluindo a normalidade e uma incerteza prolongada que poderia gerar rupturas no mercado. O presidente do BC enfatizou que o Banco Central está preparado para reagir de acordo com a evolução do cenário.
A entrevista contou com a participação de Paulo Picchetti, da embaixadora Tatiana Rosito e da secretária de assuntos internacionais do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Campos Neto encerrou a entrevista reforçando o compromisso do BC com uma atuação transparente e eficaz no mercado financeiro.
(*Especial para O GLOBO)