Campanha da American Eagle com Sydney Sweeney gera polêmica por críticas de objetificação e referências a eugenia, apesar do aumento nas vendas da marca.

A recente campanha publicitária da marca de moda American Eagle, estrelada pela atriz Sydney Sweeney, gerou uma onda de críticas intensas nas redes sociais. Lançada na semana passada, a propaganda é marcada por imagens sensuais da atriz e um trocadilho entre as palavras “jeans” e “genes”, que no inglês possuem pronúncias similares. Porém, o que deveria ser uma jogada criativa acabou se transformando em alvo de polêmica, levando diversos usuários a levantarem sérias questões sobre suas implicações.

As críticas se concentraram na percepção de que a campanha promove a objetificação feminina, racismo e uma insinuação de eugenia. Até o momento, tanto a American Eagle quanto Sydney Sweeney não se manifestaram publicamente sobre as controvérsias geradas. A atriz, conhecida por sua aparência que se encaixa no ideal de beleza imposto pela sociedade, aparece na campanha de forma provocativa, ressaltando sua silhueta.

O conteúdo da campanha sugere que a atriz “tem um jeans ótimo”, o que, além de parecer trivial, remete à noção de que a beleza pode ser atribuída a fatores genéticos. Tal ideia é cientificamente infundada, mas a implicação é clara: uma conexão entre aparência física e valor. Muitos críticos associaram esse conceito à eugenia, uma teoria pseudocientífica que defende a “melhoria” genética, que possui raízes racistas e que culminou em atrocidades durante o regime nazista.

Além disso, a frase proferida pela atriz, “meus genes são azuis”, levanta ainda mais preocupações, pois pode ser interpretada como uma referência ao termo “sangue azul”, frequentemente utilizado para descrever indivíduos de origem nobre na Idade Média. Essa interpretação acentua a crítica ao reforçar estereótipos raciais e a ideia de uma superioridade inquestionável.

A sensualidade excessiva presente na campanha foi um ponto de partida para acusações de machismo. Muitos internautas consideram que a imagem de Sweeney está sendo explorada de forma a ofuscar seu talento como atriz, reduzindo-a a um mero objeto de desejo. A contradição entre a mensagem da marca, que propõe conscientização sobre a violência doméstica, e a forma como a campanha é apresentada, gerou discussões acaloradas nas plataformas digitais.

Notavelmente, apesar do furor em torno da polêmica, a campanha gerou resultados financeiros impressionantes para a American Eagle, com um aumento de 10% nas vendas, o que representa cerca de 200 milhões de dólares em receita. Assim, levantam-se questões cruciais sobre o balanço entre críticas sociais e o sucesso comercial no mundo da moda contemporânea.

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