Câmara suspende Glauber Braga por seis meses e provoca racha no PL; Nikolas Ferreira critica apoio à emenda que evitou cassação do psolista.

Na noite da última quarta-feira, a Câmara dos Deputados tomou uma decisão polêmica ao suspender por seis meses o mandato do deputado Glauber Braga, do PSOL do Rio de Janeiro. A votação foi marcante, não apenas pelo desfecho, mas também pelas reações subsequentes entre os parlamentares, especialmente na direita.

Nikolas Ferreira, do PL de Minas Gerais, usou suas redes sociais para manifestar descontentamento em relação aos colegas que optaram por apoiar a emenda que trocou a cassação pela suspensão. Em suas palavras, tal apoio representa “o ápice da ignorância da guerra política”, referindo-se à solidariedade que alguns representantes da direita demonstraram para com Braga.

Nos bastidores, a situação se complicou ainda mais. O Conselho de Ética já havia recomendado a cassação do mandato de Glauber por conta de um incidente em que ele teria agredido um militante do Movimento Brasil Livre durante uma discussão acalorada. A proposta da emenda do PSOL, que suave a medida de cassação, recebeu uma expressiva aceitação da casa, sendo aprovada por 318 votos a 141, surpreendendo muitos que esperavam um outro resultado.

Entre os deputados do PL, houve uma divisão significativa. Sete parlamentares do partido, que oficialmente defendia a cassação, decidiram votar a favor da emenda, criando uma fissura interna notável. Um deles, Bibo Nunes, justificou seu voto ao declarar que não acreditava que a cassação pudesse reunir os 257 votos necessários. Em sua visão, garantir ao menos a suspensão representava uma forma de imposição de uma penalidade.

Entretanto, a decisão de Bibo Nunes resultou em sua destituição da vice-liderança no Partido Liberal, um reflexo da divisão e tensão que a votação causou. Kim Kataguiri, do União de São Paulo, também votou pela suspensão, concordando que não havia votos suficientes para a cassação e que, portanto, a emenda deveria ser a única saída.

O clima é tenso nos corredores da Câmara, onde a questão das penalidades e as divergências entre os partidos continuam a reverberar. A violência do episódio que levou à suspensão de Glauber e as declarações acaloradas dos parlamentares revelam um ambiente político polarizado, onde estratégias e alianças são constantemente testadas. O que parece claro é que a decisão da Câmara sobre Glauber Braga não é apenas uma questão individual, mas um reflexo das disputas ideológicas mais amplas que atravessam a política brasileira atual.

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