O vereador Rui Palmeira (PSD) se posicionou contra a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de Maceió para 2025, votada nesta quinta-feira (10) na Câmara Municipal. Durante a sessão, ele também se manifestou contrário aos dois novos pedidos de empréstimos feitos pela Prefeitura, que somam mais de R$ 1 bilhão.
Palmeira questionou a coerência entre os gastos previstos na LDO e o volume crescente de financiamentos solicitados pelo Executivo. Um dos principais pontos de crítica foi o aumento nas despesas com pessoal. Segundo o vereador, apesar de a Secretaria Municipal da Fazenda já classificar esse tipo de despesa como estando em “risco elevado”, a gestão municipal vem ampliando a estrutura administrativa com novas secretarias, serviços autônomos e cargos comissionados, por meio de uma lei delegada enviada fora do prazo legal.
O parlamentar também criticou a falta de clareza nos empréstimos aprovados, destacando que, em pelo menos um dos financiamentos, não foram informados o banco responsável, os juros aplicados nem o modelo de amortização. Para Rui Palmeira, a política de endividamento adotada pela gestão do prefeito JHC é excessiva e preocupante.
Ele citou como exemplo o projeto do BRT (Bus Rapid Transit), cuja execução foi anunciada pela Prefeitura no valor de R$ 2 bilhões. No entanto, o montante aprovado na Câmara foi de R$ 800 milhões. Rui questionou de onde virão os R$ 1,2 bilhão restantes, sugerindo que a gestão possa estar preparando um novo pedido de empréstimo para complementar o valor.
O vereador também alertou para os riscos futuros do projeto, mencionando o fracasso do sistema BRT implantado na região metropolitana do Rio de Janeiro, onde várias estações foram abandonadas por falta de recursos para manutenção. Ele lembrou que atualmente a Prefeitura já desembolsa cerca de R$ 120 milhões por ano em subsídios para empresas de transporte público, e demonstrou preocupação com o impacto orçamentário que o BRT pode representar no futuro.
Com a aprovação da LDO e dos empréstimos, Rui Palmeira reforçou que continuará atuando na fiscalização das contas públicas e denunciando iniciativas que, em sua avaliação, possam comprometer a saúde financeira de Maceió nos próximos anos.