Rubens Paiva foi um deputado que assumiu seu cargo em 1963, no entanto, foi cassado no ano seguinte. Em 2014, a Comissão da Verdade denunciou que sua morte foi encomendada pelo Estado brasileiro, o que levou a Câmara dos Deputados a inaugurar um busto em sua homenagem. Atualmente, o busto está localizado em um espaço nobre entre as comissões da Casa e o Plenário, atraindo visitantes que buscam relembrar a luta desse herói pela democracia.
O escritor Jason Tércio, autor do livro “Segredo de Estado: O Desaparecimento de Rubens Paiva”, ressaltou o trabalho dedicado do deputado como relator de uma CPI que investigava o financiamento de entidades contrárias aos governos eleitos até 1964. O livro também destaca entrevistas com mulheres que estiveram presas no mesmo local que Paiva, trazendo detalhes reveladores sobre sua coragem diante dos torturadores.
O neto de Rubens Paiva, Chico Paiva, manifestou a importância de responsabilizar os envolvidos na morte de seu avô, assim como em tantos outros casos que ainda aguardam por justiça. Nesse contexto, o Supremo Tribunal Federal (STF) vai analisar se a Lei da Anistia se aplica aos crimes de sequestro e cárcere privado com grave violação dos direitos humanos cometidos durante o regime militar.
Além disso, a jornalista Juliana Dal Piva lançou recentemente um livro intitulado “Crime Sem Castigo: Como os Militares Mataram Rubens Paiva”, que aprofunda as investigações sobre o caso. Toda essa repercussão em torno da vida e morte de Rubens Paiva reflete um movimento crescente em busca de justiça e memória histórica em relação aos abusos ocorridos durante a ditadura militar no Brasil.
Por Silvia Mugnatto, repórter. Edição por Geórgia Moraes.