CAMARA DOS DEPUTADOS –

Seminário no Dia do Cerrado Destaca Importância e Riscos de Desmatamento para Comunidades Tradicionais e Sustentabilidade da Água no Brasil

Em uma significativa iniciativa voltada para a preservação do Cerrado, a Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais promoveu, nesta quinta-feira, um seminário que reuniu importantes lideranças indígenas e quilombolas. O evento, que ocorreu em celebração ao Dia Nacional do Cerrado, abordou questões cruciais como os impactos do desmatamento e a valorização de comunidades tradicionais que habitam essa rica região.

O Cerrado, que ocupa uma vasta área do Brasil, é frequentemente denominado como o berço das águas, visto que de suas terras surgem algumas das principais bacias hidrográficas do País. A secretária-executiva da Rede Cerrado, Ingrid Martins Silveira, enfatizou a relevância deste bioma, que, apesar de seu valor ecológico essencial, ainda é subestimado. Conforme destacou, mais da metade da vegetação nativa do Cerrado já foi destruída, com consequências diretas sobre a disponibilidade de água. Para as comunidades que dependem desse ecossistema, a escassez hídrica representa não apenas um desafio à sua sobrevivência, mas também ameaça à produção de alimentos.

Outro alerta foi feito por Lucely Pio, representante da comunidade quilombola do Cedro, em Goiás. Ela frisou os riscos associados à expansão agrícola desordenada e sustentou que a sustentabilidade de suas comunidades está inextricavelmente ligada à preservação do bioma. Para ela, o Cerrado é uma fonte vital de recursos, como plantas medicinais e frutos, além de uma influência direta sobre o clima local.

A deputada Dandara, do PT de Minas Gerais, que solicitou o seminário, lembrou que o Cerrado, além de albergar 5% da biodiversidade global, é o bioma brasileiro mais afetado pelo desmatamento nos últimos anos. Apesar de dados do MapBiomas apontarem uma redução no desmatamento em outros biomas, o Cerrado persistiu em enfrentar perdas significativas.

Dandara também mencionou a Proposta de Emenda à Constituição 504/10, que visa incluir o Cerrado e a Caatinga como patrimônios nacionais, assegurando assim uma política de uso sustentável semelhante à que já é aplicada à Amazônia e outros biomas. Além disso, destacou a importância do Projeto de Lei 1634/24, que propõe a criação de uma Brigada de Mobilização Nacional, composta por bombeiros de diferentes estados, para atuar na prevenção de desastres naturais, reforçando a necessidade de uma abordagem contínua para proteger o Cerrado e suas comunidades tradicionais.

A luta pela conservação do Cerrado e a valorização dos povos que nele habitam continua, com a expectativa de que iniciativas como essas resultem em políticas públicas eficazes e um futuro mais justo e sustentável para a região.

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