Durante o debate, a oncologista Susana Ramalho, do Hospital da Mulher da Universidade de Campinas (Unicamp), alertou para o tempo de espera entre a suspeita de um tumor e o início do tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS), que pode chegar a até seis meses. Segundo a médica, essa demora pode comprometer seriamente as chances de cura da paciente, principalmente em casos de câncer agressivo.
Os participantes ressaltaram que o câncer de mama já é a principal causa de morte entre as mulheres no Brasil. O deputado Weliton Prado, presidente da comissão especial de Combate ao Câncer no Brasil, lamentou o fato de que a cada 30 minutos uma mulher perde a vida devido a esse tipo de tumor, totalizando mais de 18 mil óbitos por ano.
Além do câncer de mama, o seminário também abordou a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de colo de útero. A médica Gabriela Moreira alertou que essa doença mata uma mulher a cada 25 minutos no Brasil e é a segunda principal causa de morte por tumores malignos no país.
Para combater essas estatísticas alarmantes, os especialistas presentes no evento defenderam a ampliação da vacina contra o HPV, principal responsável pelo câncer de colo de útero, assim como a implementação de testes genéticos para detecção precoce das mutações genéticas que predispõem as mulheres ao câncer de mama e ovário.
A criação de centros especializados para agilizar o diagnóstico e tratamento do câncer também foi discutida. Joana Jeker, presidente da Associação de Mulheres Mastectomizadas de Brasília, propôs a concentração de todos os serviços necessários para um diagnóstico eficiente em um único local, otimizando o tempo de espera das pacientes.
O seminário, parte das atividades do Outubro Rosa, foi promovido pela Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados em parceria com a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. O objetivo do evento foi conscientizar a população sobre a importância da prevenção e tratamento adequado do câncer de mama. A iniciativa contou com a cobertura da reportagem de Maria Neves e edição de Wilson Silveira.
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