Ronaldinho ressaltou que nunca autorizou o uso de sua imagem e nome pela empresa e afirmou ter sido vítima dos sócios. Ele esclareceu que em 2016 foi firmado um contrato com a empresa americana 18k Watch Corporation para a criação de uma linha de relógios com a sua imagem. Posteriormente, em julho de 2019, ele assinou um contrato com a empresa brasileira 18k Watch Comércio Atacadista e Varejista de Negócios, de propriedade de Marcelo Lara, autorizando o uso da sua imagem para outros produtos além dos relógios. Porém, Ronaldinho ressaltou que esse contrato foi rescindido em outubro de 2019 e nem chegou a ser executado.
O ex-jogador relatou que em 2020 seu irmão, Roberto de Assis Moreira, informou-lhe que sua imagem estava sendo utilizada indevidamente pela empresa 18k Ronaldinho Comércio e Participações Ltda, que estava envolvida em atividades de compra e venda de moedas bitcoins. Ronaldinho enfatizou que nunca autorizou a empresa a utilizar o seu nome e imagem.
Durante o depoimento, o presidente da CPI, deputado Aureo Ribeiro, destacou que Ronaldinho foi convocado para depor por ter utilizado a sua credibilidade para atrair investidores para a empresa 18k, que é considerada uma pirâmide financeira. Ribeiro questionou se as acusações contra Ronaldinho são infundadas, mas o ex-jogador optou por se manter em silêncio.
O relator da CPI, deputado Ricardo Silva, afirmou que a empresa 18k Ronaldinho anunciava trabalhar com criptomoedas e prometia rendimentos de até 2% ao dia para os investidores. Ele questionou por que Ronaldinho não tomou nenhuma atitude diante do uso indevido da sua imagem e do prejuízo causado a muitas pessoas. O ex-jogador também optou por manter-se em silêncio diante dessas perguntas.
Apesar do depoimento do ex-jogador, a CPI ainda busca localizar os sócios da empresa 18k Ronaldinho Comércio e Participações Ltda. A comissão tem prazo para concluir os trabalhos, mas poderá solicitando uma prorrogação caso seja necessário. A CPI investiga esquemas de pirâmides financeiras envolvendo o uso de criptomoedas, sendo que 11 empresas já foram identificadas como envolvidas em fraudes desse tipo.