A senadora Leila Barros, representando o Distrito Federal, destacou o papel crucial do BRICS no enfrentamento das mudanças climáticas, dada a diversidade de vozes que compõem o grupo. Durante seu discurso, ela sugeriu a criação de um fundo voltado a projetos liderados por mulheres em comunidades vulneráveis, além de plataformas de educação climática que facilitem o acesso ao conhecimento, tecnologia e inovação. Leila também defendeu um pacto para assegurar a presença feminina em posições decisórias sobre o clima, apoio às empreendedoras e a formação de um observatório específico para acompanhar a relação entre gênero e clima.
A senadora Dra. Eudócia, presidente da reunião, enfatizou que a justiça climática não pode ser atingida sem a inclusão da justiça de gênero. Em sua visão, as mulheres são protagonistas essenciais na transição ecológica e devem ser reconhecidas como líderes em suas comunidades. Ela destacou a importância de se direcionar recursos a projetos que envolvem mulheres, especialmente aquelas em áreas de risco.
A deputada Nqabisa Gantsho, da África do Sul, reforçou que a crise climática tem impactos diferenciados, com as mulheres enfrentando riscos desproporcionais em situações de desastres naturais. Segundo dados das Nações Unidas, a taxa de mortalidade entre mulheres em catástrofes é alarmantemente maior. Ela apelou para que as deputadas do BRICS priorizem uma abordagem de gênero nas respostas às mudanças climáticas, reconhecendo as capacidades das mulheres como agentes de mudança.
A parlamentaria do Irã, Maryam Abdollahi, também enfatizou o papel das mulheres como fundamentais na mitigação de crises ambientais, sugerindo a criação de um grupo dentro do BRICS focado em cooperação e tecnologias sustentáveis. Suas colegas da Índia e dos Emirados Árabes Unidos trouxeram à tona questões prementes, como a necessidade de investimentos direcionados para empoderar mulheres e garantir sua representação nas tomadas de decisão.
Célia Xakriabá, parlamentar brasileira, ressaltou a importância dos povos indígenas na proteção da biodiversidade e fez críticas à proposta que altera as regras de licenciamento ambiental no Brasil, argumentando que essa mudança poderá resultar em impactos irreversíveis no território brasileiro.
A diversidade de opiniões e propostas durante o encontro ilustra a urgência e a complexidade da intersecção entre gênero e meio ambiente, destacando a necessidade de ações coletivas e inclusivas para enfrentar os desafios climáticos em um mundo cada vez mais vulnerável.
