Segundo o autor da proposta, o objetivo principal do programa é proteger a liberdade econômica dos povos indígenas e promover seu desenvolvimento socioeconômico. Além disso, o Agro-indígena visa restaurar a independência econômica das populações originárias do país, respeitando seus direitos e autonomia.
A proposta do deputado Padovani se baseia em dispositivos legais nacionais e internacionais, como a Constituição brasileira e a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), garantindo que os direitos dos povos indígenas sejam respeitados. O texto também aborda a questão do marco temporal das terras indígenas, que está pendente de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
Padovani argumenta que as atividades econômicas indígenas não devem depender de permissão ou intervenção do Estado, destacando a importância da autonomia e do desenvolvimento econômico dessas comunidades. Ele ressalta que as práticas agrícolas dos indígenas têm sido reprimidas, impedindo-as de explorar seu potencial produtivo de forma sustentável.
O financiamento do programa Agro-indígena será baseado em doações voluntárias de pessoas físicas e jurídicas tributadas pelo lucro real, com a possibilidade de dedução do Imposto de Renda. Os recursos poderão ser utilizados para projetos específicos escolhidos pelo contribuinte ou de forma genérica, visando não concentrar os investimentos em um único empreendimento.
A proposta agora segue para análise nas comissões da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais, de Finanças e Tributação, e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para se tornar lei, o projeto precisa ser aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, o que promete gerar debates acalorados e posicionar diferentes setores da sociedade em relação ao desenvolvimento econômico das comunidades indígenas.