CAMARA DOS DEPUTADOS – Projeto de Lei propõe padronização da aplicação de juros em contratos de dívida e na responsabilidade civil extracontratual.

O Governo Federal apresentou o Projeto de Lei 6233/23, que visa alterar o Código Civil para estabelecer regras padrão de aplicação de juros nos contratos de dívida e na responsabilidade civil extracontratual. A proposta está em análise na Câmara dos Deputados em regime de urgência. De acordo com o texto do projeto, caso a taxa de juros não seja previamente definida entre as partes, será aplicada uma taxa real baseada na média da rentabilidade das Notas do Tesouro Nacional Série B (NTN-B de cinco anos), acrescida de 0,5% ao mês, podendo ser eventualmente reduzida pelo Conselho Monetário Nacional.

Essa nova taxa será aplicada em empréstimos, atrasos no cumprimento de obrigações, responsabilidade civil decorrente de ato ilícito e perdas e danos quando não houver um contrato específico. A falta de consenso sobre a taxa a ser aplicada nestes casos tem provocado interpretações judiciais divergentes, prejudicando tanto o credor quanto o devedor, de acordo com o Ministério da Fazenda.

Além disso, o projeto também propõe a alteração do Código Civil, concedendo liberdade na definição de juros em operações realizadas fora do sistema bancário, como entre empresas, relativas a dívidas de título de crédito ou valores mobiliários, ou contraídas em fundos ou clubes de investimento. Atualmente, a ampla liberdade na definição de juros se aplica apenas a negócios em que ao menos uma das partes é uma instituição financeira.

Para evitar práticas abusivas contra pessoas físicas, a proposta deixa claro que essa flexibilização não se aplica a obrigações assumidas por esse perfil de consumidor fora do sistema financeiro. A proposta será analisada pelas comissões da Câmara dos Deputados pertinentes ao assunto, e depois será encaminhada ao Plenário.

O governo justifica a necessidade dessa mudança devido a interpretações judiciais divergentes que têm prejudicado tanto o credor quanto o devedor, e a inadequação das taxas aplicadas atualmente. A proposta busca trazer mais clareza ao processo e garantir uma aplicação mais justa dos juros nos diversos tipos de contratos e situações previstas. A análise da proposta segue em andamento no Congresso Nacional.

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