Esse novo programa vem para substituir o Auxílio Gás dos Brasileiros, que atualmente beneficia 5,6 milhões de lares, ampliando o alcance para 15,5 milhões. O foco do Gás do Povo está nas famílias inscritas no Cadastro Único, cuja renda seja de até meio salário mínimo por pessoa, correspondente hoje a R$ 759. O programa prioriza aqueles que já recebem o Bolsa Família, buscando uma combinação eficaz de assistência social.
Uma das mudanças mais significativas é que, ao contrário de antes, o benefício não será mais concedido em dinheiro. Agora, os beneficiários terão a possibilidade de retirar os botijões diretamente nas revendedoras, utilizando um cartão da Caixa Econômica Federal. Para aqueles que não possuem conta bancária, a retirada será facilitada através do fornecimento do CPF, que gerará um código para a liberação do produto.
Analúcia Alonso destacou, com preocupação, a realidade da pobreza energética no Brasil, que se manifesta na falta de acesso ao gás de cozinha, recurso essencial para o dia a dia. Dados alarmantes indicam que uma significativa parcela da população ainda depende de lenha ou carvão para cozinhar, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Este cenário gera sérios riscos à saúde, principalmente para mulheres e crianças que estão expostas às fumaças tóxicas e queimaduras.
As expectativas em torno do programa são altas, com o presidente do Sindigás, Sergio Bandeira de Mello, estimando um aumento de 60 milhões de botijões consumidos assim que o programa for totalmente implementado. Entretanto, o setor apresenta preocupações acerca da tabela de preços proposta pelo governo, que diverge das pesquisas realizadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). José Luiz Rocha, presidente da Abragás, também ressaltou a necessidade de que os preços estejam alinhados com os do mercado para facilitar a adesão das revendedoras.
O deputado Carlos Zarattini (PT-SP), uma das figuras centrais na criação do Auxílio Gás e vice-presidente da comissão mista, enfatizou a urgência na votação da Medida Provisória 1313/25 ainda em 2025, uma vez que sua validade expira em fevereiro de 2026. Assim, o Gás do Povo se apresenta como uma esperada solução para otimizar o acesso a uma energia essencial, promovendo não apenas a segurança alimentar, mas também melhorias na qualidade de vida dos cidadãos brasileiros.
