Pochmann ressaltou que o IBGE já respondeu diretamente ao presidente da República, porém, ao longo dos anos, perdeu espaço e recursos, levando outros ministérios a criar seus próprios bancos de dados. O presidente do IBGE destacou a importância de coordenar dados como uma questão de soberania nacional, alertando para o fato de que empresas estrangeiras se beneficiam de informações pessoais dos brasileiros para o desenvolvimento de seus negócios.
Mesmo diante da falta de recursos necessários, Pochmann afirmou que estão sendo feitos esforços para integrar dados de educação, saúde e previdência. Para o deputado Jorge Solla (PT-BA), ter informações confiáveis é crucial para combater a disseminação de fake news. Ele exemplificou a importância das pesquisas do IBGE para desmentir informações falsas, como o caso da inflação descontrolada no país.
Cleiton Batista, diretor do Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatística, destacou que 60% dos trabalhadores do IBGE são temporários e recebem baixos salários. Pochmann ressaltou a necessidade de realizar diversas pesquisas nos próximos anos, incluindo o censo agropecuário de 2026 e pesquisas de orçamento familiar, fundamentais para orientar políticas públicas.
A pesquisadora Mercedes Bustamante, representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), enfatizou a importância das estatísticas para as decisões de investimento estrangeiro, já que fornecem dados comparativos entre países. A discussão na audiência pública evidenciou a relevância do trabalho do IBGE na produção e coordenação dos dados oficiais do país.
A audiência foi marcada por debates sobre a importância da autonomia e fortalecimento do IBGE para garantir informações confiáveis e fundamentais para diversas áreas da sociedade. A expectativa é que a instituição possa assumir um papel mais central na produção e coordenação dos dados oficiais, contribuindo para a transparência e subsidiando a tomada de decisões no Brasil.
