Além disso, o presidente da companhia aérea e piloto de profissão expressou solidariedade aos familiares e amigos das vítimas do voo 2283, que seguia de Cascavel (PR) para Guarulhos (SP), e assegurou que os pilotos eram treinados para lidar com situações adversas, incluindo o acúmulo de gelo. Uma das possíveis causas investigadas pelo Cenipa, órgão responsável por investigar acidentes aeronáuticos, é justamente o acúmulo de gelo em partes da aeronave.
Durante o depoimento, Felício Filho também repudiou as declarações de um ex-comandante da empresa sobre o uso de um palito para acionar o botão de antigelo em uma aeronave. Ele enfatizou a importância da segurança dos voos e afirmou que cancelar ou atrasar um voo é preferível a liberá-lo em condições inadequadas. O presidente da Voepass destacou que sua família, inclusive seus filhos que estão se formando para serem pilotos da companhia, voa regularmente com a empresa.
O relator da comissão externa da Câmara, deputado Padovani, questionou a ausência de comunicação à torre de controle sobre problemas no equipamento de degelo, levantando a possibilidade de que os pilotos tenham encoberto a situação durante o voo. Felício Filho ressaltou que somente as conclusões das investigações do Cenipa poderão esclarecer de fato as circunstâncias que levaram ao acidente. O presidente da Voepass enfatizou a importância das investigações para determinar a intensidade do gelo, o funcionamento do sistema de degelo e a ação da tripulação durante o voo.
Em um relatório preliminar divulgado pelo Cenipa em setembro, foi apontado que os pilotos não comunicaram qualquer tipo de emergência à torre de controle antes da queda da aeronave. O andamento das investigações pode se estender por meses, e o objetivo da comissão externa não é atribuir culpabilidade, mas sugerir mudanças na legislação para aprimorar a segurança do tráfego aéreo e prevenir futuros incidentes.