CAMARA DOS DEPUTADOS – “Posição do Brasil sobre conflito entre Israel e Hamas gera debate entre deputados no Plenário da Câmara”

No Plenário da Câmara, a posição do Brasil em relação ao conflito entre Israel e o grupo Hamas gerou discussões acaloradas entre deputados tanto da base do governo quanto da oposição. Os parlamentares da oposição cobraram uma condenação mais enfática por parte do Brasil em relação ao Hamas, grupo que causou quase mil mortes em ataques a cidades israelenses desde sábado (7). Com a resposta de Israel, o número de vítimas fatais já se aproxima de 2 mil.

No domingo (8), o governo brasileiro divulgou sua posição durante uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), um dia após o início do conflito. O Brasil condenou os ataques contra civis por ambos os lados e repudiou a escalada da violência. Além disso, reforçou seu compromisso com a solução de dois Estados na região, um palestino e outro israelense, e pediu paz.

No entanto, os deputados da oposição criticaram a ausência de uma condenação mais incisiva ao Hamas e a falta de classificação do grupo como terrorista. A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) afirmou que o ataque perpetrado pelo Hamas contra o Estado de Israel foi covarde, terrorista e bárbaro, e que não se pode permitir que a nação brasileira fique em silêncio diante de tal ato. A deputada Clarissa Tércio (PP-PE) chegou a pedir a ajuda militar do Brasil a Israel, ressaltando a colaboração dos soldados israelenses durante a tragédia de Brumadinho e questionando por que o Brasil não está demonstrando solidariedade neste momento.

Por outro lado, o deputado Helder Salomão (PT-ES), da base governista, defendeu a postura brasileira de buscar a paz e o diálogo. Ele ressaltou a importância de condenar qualquer ato de violência, incluindo os praticados pelo Hamas, e enfatizou que a única solução para os conflitos é por meio do diálogo. Salomão propôs que os Estados Unidos enviem uma missão de paz ao invés de enviar armas para a região, seguindo o exemplo do Brasil.

A discussão no Plenário também abordou a divisão política existente no Brasil. O deputado Luiz Lima (PL-RJ) criticou a posição da esquerda em relação ao Hamas e à Palestina, questionando por que deputados dessa vertente política visitam a Palestina, um lugar onde, segundo ele, não se respeita a liberdade religiosa, os direitos dos gays e a democracia.

Outros deputados, como Rogério Correia (PT-MG) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), condenaram os ataques a civis e atribuíram parte da responsabilidade pelo conflito à atuação da ultradireita israelense. Correia afirmou que a ultradireita age de forma belicosa e opressora, assim como no Brasil, e que o povo palestino sempre foi oprimido por governos dessa tendência. Já Feghali ressaltou a necessidade de se fazer uma análise histórica do conflito e afirmou que o Hamas não representa a Palestina.

A guerra na região teve início no sábado, com ataques do Hamas a Israel a partir da faixa de Gaza, território palestino ao sul do país. A situação continua se agravando e causando grande preocupação internacional.

É importante lembrar que todas as opiniões expressadas pelos deputados são de sua responsabilidade e não representam necessariamente a posição oficial do governo brasileiro.

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