O deputado Alfredo Gaspar, relator da CPMI, argumentou que a necessidade de prender os denunciados se deve ao risco elevado de fuga. Ele mencionou que as investigações, lideradas pela Polícia Federal, já resultaram em um inquérito com mais de 3 mil páginas e que contém evidências robustas sobre a materialidade dos crimes. Segundo Gaspar, o pedido de prisão envolve nomes como Maurício Camisotti e Antônio Carlos Camilo, entre outros, todos supostamente ligados a um sofisticado esquema de fraudes.
Durante a sessão, Gaspar expressou sua indignação com a possibilidade de soluções alternativas à prisão. “Estou convencido de que estamos diante de indícios claros de autoria. A ideia de não encarcerar os envolvidos é um desrespeito à gravidade da situação no país, onde muitos estão presos por crimes menores”, declarou. Ele ainda comentou sobre o impacto dessa situação na sociedade, enfatizando que o Brasil já enfrenta um histórico de fugas de criminosos.
Em depoimento à CPMI, o advogado Eli Cohen revelou que a investigação que originou as denúncias começou em seu escritório de advocacia. Cohen afirmou que a empresa de Camisotti, a THG, seria a principal beneficiária das fraudes, que envolviam pagamentos irregulares em forma de descontos de benefícios. Ao se aprofundar no caso, Cohen explicou que descobriu a fraude quase acidentalmente, após pessoas ligadas ao esquema procurarem sua ajuda.
O advogado ainda destacou que seus esforços para alertar as autoridades paulistas sobre o esquema não foram devidamente considerados, o que o levou a buscar a imprensa. A reportagem resultante teria sido essencial para que os órgãos competentes começassem a investigar a situação de forma mais eficaz.
A CPMI continua a reunir informações e a avaliar o impacto das fraudes na vida dos beneficiários do INSS, enquanto aguarda uma resposta do Supremo Tribunal Federal sobre o pedido de prisão dos acusados. A magnitude da investigação traz à tona questões críticas sobre a integridade do sistema previdenciário e os desafios no combate a fraudes em instituições públicas.