CAMARA DOS DEPUTADOS – Nova Lei do SUS Exige Avaliação de Equipamentos Médicos para Evitar Desperdício de Recursos Públicos em Licitações

No dia 17 de setembro de 2025, foi publicada no Diário Oficial da União uma nova legislação que promete reformular a forma como são adquiridos os equipamentos médicos utilizados no Sistema Único de Saúde (SUS). A Lei 15.210/25 estabelece diretrizes que visam garantir um aproveitamento mais eficiente dos recursos públicos destinados à saúde. A iniciativa tem como foco principal assegurar que os equipamentos médicos comprados pelo SUS tenham um uso efetivo ao longo de sua vida útil, evitando investimentos equivocados em tecnologias que podem não ser adequadamente utilizadas nas unidades de saúde.

Uma mudança significativa trazida por essa lei é a obrigatoriedade de que todos os processos licitatórios incluam a demonstração de capacidade instalada para a operação do equipamento a ser adquirido. Os responsáveis pela compra também precisarão apresentar um plano que comprove que o equipamento atenderá aos requisitos necessários para o seu funcionamento pleno. Essas exigências foram inseridas na Nova Lei de Licitações, reafirmando a importância de um planejamento cuidadoso na aquisição de bens de alto custo.

A proposta que deu origem a essa nova legislação, o Projeto de Lei 2641/19, foi de autoria do senador Alessandro Vieira e surgiu como resposta a uma preocupação crescente sobre o desperdício de recursos públicos com equipamentos que não podem ser utilizados devido à falta de infraestrutura adequada nas unidades de saúde. Esse problema é especialmente crítico considerando o elevado custo de certos dispositivos médicos, que, sem um planejamento prévio, podem acabar inutilizados.

Vale ressaltar que a legislação se aplica a equipamentos cujo valor ultrapasse o limite que dispensa a realização de licitação. Embora a lei tenha sido bem recebida por muitos, alguns trechos do projeto original foram vetados. Esses trechos incluíam obrigações adicionais para os gestores públicos, como a comprovação de adequação orçamentária e a exigência de treinamento contínuo para o uso dos equipamentos. O governo alegou que essas imposições poderiam criar uma carga excessiva durante o processo licitatório e comprometer os serviços de saúde, especialmente em municípios menores com limitações administrativas.

A origem do projeto remonta a uma proposta feita por uma estudante do ensino médio em Sergipe, que participou do Programa Parlamento Jovem em 2016. O programa incentiva jovens a se envolverem na política, permitindo que criem suas próprias propostas legislativas, o que evidencia a importância da participação e do engajamento dos jovens no debate sobre questões públicas, especialmente na área da saúde.

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