O programa permite que empresas optantes pelo Simples Nacional recuperem parte dos tributos federais que pagaram durante a produção de bens destinados ao exterior, especificamente PIS e Cofins sobre insumos. A expectativa é que, ao longo de dois anos, entre 2025 e 2026, esse mecanismo de devolução de tributos consiga elevar a competitividade das micro e pequenas empresas brasileiras.
Além de promover reembolsos fiscais, a nova lei também amplia o prazo de regularização fiscal para essas empresas, estendendo-o de 30 para 90 dias, o que deve facilitar a conformidade tributária e oferecer maior tranquilidade aos empresários diante de notificações por dívidas.
Ademais, a legislação revisita o Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para Empresas Exportadoras (Reintegra), vigente desde 2011, que devolve parcelas dos tributos ao longo da cadeia produtiva de bens industrializados exportados. O percentual de devolução, que atualmente varia entre 0,1% e 3% do valor exportado, passa a ser ajustado de acordo com o porte da empresa, criando assim um incentivo mais afinado às diferentes realidades dos empreendimentos nacionais.
Outro aspecto relevante da legislação diz respeito aos regimes aduaneiros especiais, que possibilitam a importação ou a aquisição de insumos nacionais com a suspensão de tributos para a industrialização de produtos destinados à exportação. Agora, serviços como transporte, armazenagem e seguro de carga também se beneficiam dessas isenções, que deverão vigorar por cinco anos. É essencial, porém, que as empresas cumpram com a condição de que a exportação efetivamente ocorra, pois, em caso contrário, elas terão que quitar os tributos acrescidos de juros e multa.
A responsabilidade pela regulamentação e fiscalização dessas novas operações caberá à Receita Federal e à Secretaria de Comércio Exterior, que deverão delinear os procedimentos para garantir a eficácia do programa e a clareza nas obrigações tributárias, especialmente em relação à suspensão de tributos em regimes especiais. Essa nova legislação, portanto, representa um passo significativo para a modernização e o estímulo das exportações no Brasil, focando em um segmento que é fundamental para o crescimento econômico do país.