Manoel Mattos era conhecido por sua destemida atuação em defesa das vítimas da violência no Nordeste, onde enfrentou grupos de extermínio que atuavam em conluio com latifundiários na divisa entre Pernambuco e Paraíba, região que ficou conhecida como “Fronteira do Medo”. Sua trajetória começou quando atuou como advogado popular em Itambé, na Zona da Mata pernambucana. Sua decisão de se engajar na luta pelos direitos humanos foi inspirada pelo assassinato de um cliente, o que o levou a investigar os mecanismos de opressão que atuavam em sua região.
Como vereador, Mattos se destacou pela coragem de enfrentar práticas violentas e injustas, conquistando o mandado com a maior votação já registrada naquele município. Sua atuação não se limitou a ações individuais; ele foi um dos fundadores da Comissão de Direitos Humanos da câmara municipal e participou ativamente de comissões parlamentares de inquérito que abordaram questões de violência e injustiça nas assembleias legislativas de Pernambuco e Paraíba.
A proposta de inclusão de seu nome no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria foi resultado do Projeto de Lei 3868/19, apresentado pelo deputado Frei Anastacio Ribeiro. O projeto enfatiza o compromisso de Mattos com a justiça social e sua luta contra a impunidade. O Livro, que está localizado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília, é uma honraria destinada a registrar a memória de brasileiros que dedicaram suas vidas à defesa do país.
A sanção da lei representa um passo significativo para reconhecer e valorizar a luta de defensores dos direitos humanos, como Manoel Mattos, que, apesar das constantes ameaças e perigos, foram incansáveis em sua busca por justiça e dignidade.