Tayanne Galeno, coordenadora de relações governamentais do Instituto Alana, ressaltou a urgência de se priorizar os 2,2 bilhões de crianças e adolescentes no mundo, sendo 54 milhões apenas no Brasil, que enfrentam riscos climáticos severos. Em suas palavras, “as crianças e os adolescentes fazem parte do presente e não devem ser considerados como o futuro”, enfatizando que um ambiente saudável é um direito essencial que deve ser garantido.
Luan Cazati, diretor da Coalizão Nacional de Juventudes pelo Clima e Meio Ambiente, ampliou a discussão para incluir não apenas a juventude, mas também povos tradicionais e comunidades marginalizadas urbanas e rurais. Para ele, essa abordagem integrada é crucial para alcançar a justiça climática.
Entre as propostas apresentadas, destacaram-se a necessidade de financiamento direto para que comunidades tradicionais possam desenvolver ações climáticas em seus territórios. Marcele Oliveira, campeã climática da juventude na COP30, defendeu a importância da implementação da nova meta nacional de redução de emissões de carbono, afirmando que “os acordos globais só fazem sentido quando têm aplicação no território”.
Na mesma linha, Gabriel Adami, secretário-executivo da Frente Parlamentar Ambientalista, alertou sobre os impactos diretos das mudanças climáticas na educação, citando que cerca de 250 milhões de jovens no mundo e 1,7 milhão no Brasil tiveram seus estudos interrompidos devido a desastres climáticos no ano anterior. Ele pediu apoio do Parlamento para implementar as ambições climáticas do Brasil.
As pautas levantadas foram ainda reforçadas por representantes da 6ª Conferência Nacional Infanto-juvenil pelo Meio Ambiente, que discutem a importância da educação e da justiça climática. Foi solicitado o apoio ao Projeto de Lei 2225/24, que estabelece políticas públicas voltadas ao direito das crianças e adolescentes à natureza. A deputada Célia Xakriabá enfatizou a relevância do Plano Nacional de Educação, que introduzirá a educação climática nas escolas.
O deputado Dorinaldo Malafaia anunciou a formação da Frente Parlamentar de Juventudes Amazônidas e destacou a mobilização da juventude em prol da COP30 como um exemplo de ação eficaz no enfrentamento das mudanças climáticas. Para finalizar, a deputada Dandara expressou a importância de garantir que os recursos financeiros alcancem as comunidades que mais precisam, reconhecendo os desafios existentes no processo de transparência e monitoramento das ações.
As discussões refletem a crescente preocupação com o futuro do planeta e a urgência de garantir que as próximas gerações tenham acesso a um ambiente saudável e sustentável.
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