Estudantes do DF Demandam Voz nas Discussões sobre Crise Climática
Na última quinta-feira, 30 de outubro de 2025, uma audiência pública na Comissão da Amazônia e Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados reuniu uma multidão de crianças e adolescentes do Distrito Federal. O encontro teve como propósito destacar a importância da participação juvenil nas discussões relacionadas à crise climática, especialmente em vista da COP30, que ocorrerá em Belém, no Pará.
A audiência, convocada pela deputada Erika Kokay (PT-DF), foi um espaço para que os jovens expressassem suas opiniões e experiências sobre ações de preservação e políticas públicas. Os estudantes trazem em suas vozes a urgência de serem considerados sujeitos de direitos, conforme preconiza a Constituição. A iniciativa “Minicop”, realizada na Escola Classe da Vila do Boa, em São Sebastião (DF), foi um exemplo citado para ilustrar ações locais que desenvolvem a conscientização ambiental entre as gerações mais novas.
Erika Kokay enfatizou que projetos originados nas comunidades têm o potencial de fortalecer conhecimentos e habilidades dos jovens, descrevendo a “Minicop” como um evento significativo, com ampla relevância social. Durante a audiência, a deputada ressaltou a necessidade de garantir que vozes infantis e juvenis sejam ouvidas nas esferas de decisão, promovendo um fortalecimento da cidadania.
Outras entidades que promovem o protagonismo juvenil também estiveram presentes. Paulo Galvão, do Instituto Alana, informou que o envolvimento de crianças nas decisões das Conferências das Partes (COPs) teve um crescimento notável, com uma evolução de apenas duas referências no período entre 1992 e 2010 para 77 menções entre 2018 e 2024. O movimento das “Minicops” já mobilizou mais de 7 mil crianças em 10 países, destacando a relevância e o impacto dessas iniciativas.
Os jovens que participaram da audiência transmitiram mensagens urgnte sobre a necessidade de ação imediata. Evely Lorane Alves, de apenas 11 anos, compartilhou suas impressões sobre como é possível, independentemente da idade, iniciar mudanças significativas. Em sua fala, pediu por melhorias em sua comunidade, como infraestrutura básica.
A presença da natureza na vida cotidiana foi outra narrativa abordada. Júlia Ferreira da Silva detalhou como a preservação de um córrego local impediu um incêndio que ameaçava vidas na Vila do Boa, ressaltando a interdependência entre a natureza e a segurança humana.
A juventude pediu, de forma enfática, a oportunidade de participar ativamente das conversas sobre meio ambiente. “O futuro é nosso, mas o presente também”, afirmou Yohana Carvalho da Silva, clamando pela participação das crianças nas discussões ambientais.
As autoridades governamentais presentes na audiência apresentaram programas desenvolvidos para incluir a juventude nas políticas climáticas. A coordenadora do departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Isis Morimoto, mencionou iniciativas que buscam trazer as vozes da juventude para o centro das discussões na COP30, sublinhando a importância da experiência dos jovens.
Verena Arruda, do Ministério dos Direitos Humanos, anunciou que a COP30 será pioneira ao implementar uma “matriz de proteção integral para crianças e adolescentes”, com medidas de prevenção a violações de direitos durante o evento. Além disso, Viviane Vaz Pedro, do Ministério da Educação, destacou a reintegração da Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente, que este ano tem como tema central a “justiça climática”, reafirmando o compromisso do governo de ouvir e valorizar as vozes dos jovens no debate ambiental.
