CAMARA DOS DEPUTADOS – Isenção de imposto para compras em sites estrangeiros gera críticas do varejo e da indústria e pode causar demissões e fechamento de empresas

Representantes do setor varejista e da indústria fizeram um apelo aos deputados para rever a Portaria 612, do Ministério da Fazenda, que isenta do Imposto de Importação as compras de até 50 dólares feitas em sites no exterior. De acordo com os dois setores, essa isenção está gerando um desequilíbrio na concorrência com as plataformas digitais e pode resultar em demissões e fechamento de empresas.

O assunto foi debatido na Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara, a pedido do deputado Zé Neto (PT-BA). Segundo ele, essa isenção para as pequenas compras internacionais pode prejudicar a economia brasileira e acabar com o comércio varejista. O deputado afirmou que a revisão da portaria será discutida pelas frentes parlamentares do empreendedorismo e de defesa do comércio e serviços com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Durante o debate, o representante da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs), Anderson Cardoso, defendeu um tratamento equilibrado entre as empresas estrangeiras e nacionais, que têm uma carga tributária maior, sem privilégios. Da mesma forma, a gerente de comércio exterior e assuntos regulatórios da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Patrícia Pedrosa, afirmou que a portaria causa distorção na competição nacional, resultando em queda na produção de vestuário e perda de quatro mil postos de trabalho.

Para o presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), Jorge Gonçalves Filho, é necessário garantir a isonomia tributária, cobrando uma alíquota de 74,2% de imposto de importação nos produtos estrangeiros. Ele ainda alertou que a isenção tributária para as pequenas compras internacionais pode levar as empresas brasileiras a transferirem suas fábricas para países com cargas tributárias inferiores, como Uruguai e Paraguai.

Essa questão levantada pelos representantes do varejo e da indústria evidencia a preocupação em garantir uma concorrência justa no mercado, evitando desequilíbrios e distorções que possam prejudicar a economia brasileira e gerar desemprego. A discussão sobre a revisão da Portaria 612 será fundamental para encontrar alternativas que garantam a competitividade e o desenvolvimento desses setores no país.

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